Produtor de Sucesso: Hotel Fazenda Baía das Pedras

31 May 2011

Quando se pensa no Pantanal sul-mato-grossense, são duas as primeiras imagens que vêm a cabeça. A primeira, como não pode deixar de ser, são as belezas naturais. A fauna e a flora abundantes enchem os olhos dos visitantes, fazendo a fama do bioma mundialmente. A segunda - e não menos importante - é a pecuária extensiva, com grandes rebanhos criados ao longo da planície pantaneira.

Longe de serem excludentes, essas duas versões do Pantanal convivem com uma certa harmonia no bioma. Por que então não conviveriam também como atividades econômicas? Foi o que percebeu Rita Coelho, proprietária do hoje Hotel Fazenda Baía das Pedras. “Quando meu pai faleceu, em 1983, a sede da fazenda ficou para mim. É uma casa grande, de família, e nós sempre reuníamos os amigos para festas, passeios...”, relembra. Foram os amigos que despertaram em Rita o desejo de transformar Baía das Pedras em algo mais.

Fundada em 1940, a fazenda de 15 mil hectares sempre teve na pecuária sua principal fonte de renda, e conseguia se manter bem assim. Além disso, a fazenda fica em meio ao Pantanal da Nhecolândia e a falta de luz elétrica e as dificuldades de acesso contribuíram para manter o desejo de investir em turismo latente. Foi só em 2001, quando finalmente a família conseguiu puxar a rede de energia para a fazenda, que a vontade retornou. Enquanto seu marido, “Dóio” , prosseguia cuidando da criação do gado, Rita assumiu as rédeas do turismo rural. A casa foi totalmente reformada e em 2003 o Hotel Fazenda entrava em funcionamento.

“Quando nós entramos no mercado, o Pantanal já era um destino turístico reconhecido. Mesmo assim, não foi fácil aparecerem os primeiros clientes”, relata a proprietária. A criação de um site do hotel e parcerias com agências de viagens, operadoras de turismo, e até mesmo empresas de táxi aéreo, foram trazendo visitantes. A maior dificuldade mesmo, de acordo com Rita, foi aprender os meandros da nova atividade. Aos poucos, o espaço – e o atendimento - foram se adequando. Hoje, o turismo representa 20% do lucro total da fazenda; e é 90% representado apenas por turistas estrangeiros. “Claro, não vamos abandonar a criação de gado, mas o turismo agregou valor a nossa atividade rural”. Mais do que isso, também tornou Rita uma empreendedora de seu próprio negócio.

Infraestrutura e passeios

O hotel-fazenda Baía das Pedras tem capacidade de hospedar até 13 visitantes, com dois apartamentos triplos e dois duplos. A infraestrutura também conta com redário, varanda, sala de jantar e TV. As refeições são típicas da região e incluem o arroz carreteiro, a paçoca de pilão e o caribel – um guizado feito de carne com mandioca.

Entre os passeios disponíveis, destacam-se a canoagem, feita em canoas artesanais, de madeira de ximbuva, a focagem noturna para a observação de jacarés e animais da noite e o safari fotográfico. O turista também pode se sentir integrado ao ambiente pantaneiro participando de uma roda de prosa e tereré, ouvindo os causos típicos da região.

Em harmonia com o ambiente em que se apresenta, a fazenda permanece fechada durante os meses de dezembro a março, prevendo as cheias do Pantanal. No entanto, de maio a dezembro, no período da seca, o acesso pode ser feito normalmente por carro e é preciso cerca de sete horas para vencer os 300km que separam a fazenda de quem parte da capital do Estado, Campo Grande. A Baía das Pedras possui carro com motorista que negocia com os visitantes. “Nós também podemos indicar pilotos para fazer o transporte aéreo”, relata Rita. Nesse caso, a viagem dura cerca de uma hora.

Fonte: Andriolli Costa / Rede Rural Centro



Nosso site possui algumas políticas de privacidade. Tudo para tornar sua experiência a mais agradável possível. Para entender quais são, clique em POLÍTICA DE PRIVACIDADE. Ao clicar em Eu concordo, você aceita as nossas políticas de privacidades.