Preços do leite voltam a subir em março

09 Apr 2014

Depois de quatro meses consecutivos em queda, o preço do leite pago ao produtor voltou a subir em março. Os pecuaristas receberam valor líquido de R$ 0,94 por litro de leite, preço que representa alta de 3,22% em relação a fevereiro, provocada pela seca nas principais bacias leiterias e pelo início da entressafra no Sul do país, que contribuíram para a restrição de oferta no mês passado. Foi o que mostrou o último boletim “Custos e Preços”, da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA).

Para abril, diz o estudo, a expectativa é de que os preços do leite sigam em alta, ainda impulsionados pela oferta restrita de matéria-prima. Entretanto, há uma preocupação com a rentabilidade do produtor, por conta da expectativa de elevação dos custos de produção, que serão impactados pelas incertezas em relação à safrinha do milho, um dos principais componentes da alimentação dos animais.

“Além disso, haverá problemas com a qualidade das silagens utilizadas nesse período, o que pode ser compensada com maior uso da ração concentrada, que, consequentemente, irá onerar ainda mais o produtor”, completa o estudo.

Café - O boletim também apontou alta de mais de 20% nos preços do café no mês passado em relação a fevereiro, reflexo da seca que atingiu as principais regiões produtoras do grão, ocasionando redução de oferta. A estimativa é de que haja redução de 3,2% na área destinada à colheita do café arábica, que responde por dois terços da produção total. “Se a previsão for confirmada, será a primeira vez, em mais de 20 anos, que não será observada a alternância de safras”, alerta a CNA.

Uma das características da cafeicultura é a bienalidade, na qual a produção costuma ser alta em um ano e menor no ano seguinte, daí a alternância de safras. Com as incertezas climáticas, no entanto, a safra prevista para este será praticamente estável em 2014, na comparação com o ano passado, comportamento considerado atípico na cafeicultura.

Soja e milho – Segundo o “Custos e Preços”, a desvalorização do dólar frente ao Real tem travado as negociações e enfraquecido os preços de comercialização da soja no mercado interno. Nas regiões pesquisadas, houve leve valorização da saca de 60 quilos no mês passado. Mesmo assim, a tendência é de que o produtor venda sua produção, pois, “além da desvalorização do dólar, as dívidas de custeio a vencer nos próximos dias tendem a elevar a necessidade de venda por parte do produtor”. Em relação ao milho, houve volatilidade nos preços do cereal no ambiente doméstico. “Se de um lado a evolução da colheita da safra de verão pressionou negativamente os preços, as incertezas em relação à produção da safrinha favoreceram as elevações das cotações do cereal”, afirma o boletim.

Ainda em relação à safrinha de milho, o estudo mostra que parte do cultivo foi feita fora da janela ideal de plantio devido às condições climáticas desfavoráveis, situação que pode prejudicar a produtividade das lavouras.

Fonte: CNA



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