Há espaço para o alternativo na suinocultura

25 Jul 2014

A agricultura familiar ainda é a base que sustenta a suinocultura no país e há espaço para produtos alternativos que unam a iniciativa de pequenos produtores a anseios do consumidor. Essas foram algumas das principais constatações do “Workshop Suinocultura e Agricultura Familiar: tendências, modelos alternativos e possibilidades de políticas públicas”, realizado ontem, 23 de julho, no auditório da Embrapa Suínos e Aves, em Concórdia. O evento contou com a presença de 80 lideranças do setor, entre elas o secretário da Agricultura de Santa Catarina, Aírton Spies, o delegado do Ministério do Desenvolvimento Agrário de Santa Catarina, Jurandi Gugel, e o presidente da Associação Catarinense dos Criadores de Suínos (ACCS), Losivanio de Lorenzi.

O workshop foi organizado em parceria pela Embrapa Suínos e Aves (empresa de pesquisa agropecuária vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento), Secretaria da Agricultura de Concórdia, Ministério do Desenvolvimento Agrário e Incra. O encontro entre pequenas agroindústrias, cooperativas, produtores, órgãos de pesquisa e assistência técnica, supermercados, secretarias de agricultura e lideranças do setor foi produtivo e mostrou que já existem iniciativas que explorem modelos alternativos dentro da suinocultura. “Só no Alto Uruguai catarinense, há pequenas agroindústrias que vendem todos os meses mais de 2 mil toneladas em produtos de suínos”, revelou Osvaldir Dalbello, da Epagri.

Os representantes do Grupo Pão de Açúcar, uma das maiores redes nacionais de supermercados, anunciaram que há o interesse em desenvolver um produto de carne suína, vindo da agricultura familiar, para vender em grandes centros urbanos. “Já fazemos isso com sucesso nas carnes de frango e de boi. Nossos clientes também estão dispostos a pagar mais por uma carne diferenciada de suínos”, afirmou Fabiana Farah, gerente de Desenvolvimento de Produtos do Grupo Pão de Açúcar. O interesse da rede de supermercados fez com surgisse já durante o evento uma proposta para unir órgãos públicos, cooperativas, produtores e empresas com a intenção de formular um projeto que atenda o Pão de Açúcar.

O secretário estadual da Agricultura ressaltou as qualidades da suinocultura familiar e destacou que qualquer proposta alternativa para o setor tem que evitar “o mercado de commodities”. “É um produto de qualidade e diferenciado que pode resultar em maior renda para os produtores. Ou seja, é preciso focar no diferenciado e não na quantidade”, explicou Spies. O delegado do Ministério do Desenvolvimento Agrário completou afirmando que a partir do evento de ontem deve ser formulado um projeto que trace ações de treinamento, crédito e apoio de organização às iniciativas já abertas por cooperativas e associações de produtores. “O MDA tem linhas para rapidamente dar suporte a esse projeto”, garantiu Jurandi Gugel.

De acordo com o pesquisador da Embrapa Suínos e Aves Jonas Irineu dos Santos Filho, um dos coordenadores do evento, dentro de 30 dias deve ser publicado um documento com as conclusões dos debates de ontem. “Faremos um artigo técnico com a síntese do que foi debatido. A ideia é deixar esse documento à disposição da cadeia produtiva de suínos como subsídio para a formulação de políticas públicas ou como base para projetos privados”, explicou o pesquisador. Esse formato faz parte da nova estratégia da Embrapa Suínos e Aves na área de eventos técnico-científicos.

Fonte: Embrapa Suínos e Aves



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