Embrapa lança nota técnica sobre uso das terras pantaneiras

21 Aug 2014

A Embrapa Pantanal apresentou, no último dia 14, uma nota técnica com uma proposta de alternativa para a substituição de paisagens nativas por pastagens cultivadas nas terras pantaneiras. Essa nota foi elaborada a pedido do Instituto do Meio Ambiente do Mato Grosso do Sul – IMASUL para subsidiar a legislação do Cadastro Ambiental Rural (CAR) no Pantanal sul-mato-grossense, tomando como base as exigências feitas pelo Artigo 10 do novo Código Florestal.

As análises da nota técnica consideraram dados sobre a economia e a ecologia da região para definir as porcentagens de supressão vegetal permitidas para o cultivo de pastagens nos diferentes tipos de paisagem do bioma. Segundo dados da nota, estes foram os limites definidos para a substituição de paisagens nativas no Pantanal, de forma a conservar a sustentabilidade ecológica da região:

•             35% dos cerrados

•             36% das florestas

•             45% dos campos não inundáveis

•             45% dos campos inundáveis*

* quando estes apresentarem alta cobertura do solo por espécies de capins pouco palatáveis, como, por exemplo, o capim vermelho.

Ainda de acordo com a nota técnica, o Pantanal possui, atualmente, menos de 15% de área desmatada. Considerando as porcentagens propostas na nota para a supressão vegetal na planície, a quantidade de área cuja vegetação poderia ser substituída por pastagens dobraria – no mínimo – em relação à quantidade substituída até hoje. Segundo a chefe-geral da Embrapa Pantanal, Emiko Resende, porcentagens de supressão superiores àquelas definidas pela nota técnica podem comprometer a sustentabilidade ecológica do bioma e, portanto, contrariar as exigências do Artigo 10 do Código Florestal.

A chefe-geral cita ainda a diversificação das atividades econômicas como alternativa para a manutenção da pecuária pantaneira. “Produzir as madeiras das cercas na própria propriedade, por exemplo – que é o que a Embrapa já está buscando através do Projeto Biomas no Pantanal, financiado pela Confederação Nacional de Agricultura (CNA) no Brasil – é uma forma de reduzir, em parte, os custos operacionais do sistema”, afirma Emiko.

O turismo ecológico é uma das alternativas de diversificação citadas pela chefe-geral, assim como a monetarização dos serviços de preservação ambiental. “É possível fazer com que a sociedade pague pelas ações de conservação, agregando valores à biodiversidade pantaneira e mantendo a vegetação nativa – que é um patrimônio fantástico”.

Para Emiko Resende, as normas definidas pela nota técnica devem promover tanto a preservação quanto o desenvolvimento do bioma. “Nós estamos preocupados em conciliar o uso com a conservação pra promover a sustentabilidade da região. Queremos que esse ecossistema ímpar no mundo continue existindo para as próximas gerações”, finaliza a chefe-geral.

Fonte: Embrapa Pantanal



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