Apabor trabalha para garantir subsídio ao produtor em 2015

18 Dec 2014

Apesar das dificuldades enfrentadas pelos produtores de borracha ao longo do ano – preços e condições climáticas ruins – a Apabor (Associação Paulista de Produtores e Beneficiadores de Borracha) participou ativamente de importantes conquistas para a heveicultura, como a subvenção econômica por meio dos leilões de Pepro.

Também neste ano, a entidade colaborou para a criação da Abrabor (Associação Brasileira de Produtores e Beneficiadores de Borracha Natural), da qual é o braço executivo. A Abrabor reúne diversas associações estaduais e cooperativas para defender os interesses do segmento produtor em nível nacional. Além disso, realizou o 9º Ciclo de Palestras sobre a Heveicultura Paulista, trazendo importantes informações sobre o cultivo e o mercado da borracha natural.

O trabalho da Apabor segue agora em busca de garantias de preço para 2015. De acordo com Wanderley Sant’Anna, presidente da Apabor, “nossos diretores têm trabalhado diuturnamente junto às câmaras setoriais da borracha natural, estadual e federal, e junto ao Ministério da Agricultura com o objetivo de se conseguir manter a Política de Garantia de Preços Mínimos (PGPM)”, afirmou.

A Apabor formalizou um pedido oficial, em novembro, junto ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), no qual destaca a crise do setor e o cenário pessimista para o próximo ano, evidenciando a necessidade da continuidade da subvenção. “Esperamos não ter interrupção nos leilões de subsídio, pois não sabemos o impacto de uma pausa, mesmo que por um ou dois meses, sobre os produtores e sangradores”, comentou Fernando do Val Guerra, executivo da Abrabor, presidente da Câmara Setorial da Cadeia Produtiva da Borracha Natural (CSBN/MAPA) e diretor de comunicação da Apabor.

No dia 10 de dezembro, Guerra esteve em audiência com o ministro da Agricultura, Neri Geller, onde solicitou a continuidade da subvenção para a borracha no próximo ano. “Conseguimos sensibilizar o ministro Geller da crise que a heveicultura enfrenta a tal ponto que a portaria interministerial já está tramitando pelo governo federal”, disse o executivo, após o encontro.

Para o diretor executivo da Apabor, Heiko Rossmann, as perspectivas para a safra atual não são nada animadoras. “Estimo que o preço do GEB-10 [Granulado Escuro Brasileiro n.10] deva ultrapassar R$ 5,00 por quilo somente no quarto trimestre de 2015, pois não existe nenhum fundamento para que os preços subam no mercado internacional”, apontou.

Ainda de acordo com Rossmann, o preço médio no campo deve melhorar, mas ainda abaixo do mínimo fixado pelo governo federal (R$ 2,00 por quilo), o que reforça a necessidade de auxílio.

Mercado
O cenário de preços baixos deve perdurar e, entre as justificativas para o pessimismo, destacam-se o enfraquecimento do consumo mundial e o aumento do estoque mundial, que atingiu a marca de três milhões de toneladas (27% da demanda).

No Brasil, os principais fabricantes de pneus decidiram dar férias coletivas aos seus funcionários a partir de dezembro, acompanhando a os fabricantes de automóveis, aumentando a permanência da borracha natural no pátio das usinas de beneficiamento.

O Ciclo de Palestras sobre a Heveicultura Paulista evidenciou a situação, mas demonstrou também a rentabilidade da cultura e a relevância do agronegócio para o país, que depende do segmento para sustentar o comércio exterior – 44% das exportações são produzidos pela agricultura – segundo o Dr. Marcos Fava Neves, docente da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo (FEA/USP), que abriu o evento deste ano.

O preço médio da borracha natural, cotado a US$ 1,7 mil por tonelada no mercado internacional, deve se manter em baixa, pelo menos nas safras de 2014 e 2015, refletindo nos preços praticados no Brasil, de acordo com o presidente do Grupo RCMA, Christopher Pardey, convidado especial do 9° Ciclo de Palestras.

Leilões de Pepro
Neste ano, a heveicultura teve garantido o montante de R$ 20 milhões para as operações de Pepro (Prêmio Equalizador Pago ao Produtor), em andamento desde outubro. A subvenção tem como objetivo atender os produtores e cooperativas na comercialização da borracha natural nos estados em que os preços recebidos estiverem abaixo de R$ 2,00 por quilo de borracha natural com DRC de 53%.

Gustavo Firmo de Araújo, da Secretaria de Política Agrícola (SPA/Mapa), afirmou que o Pepro é um dos mecanismos que faz parte da Política de Garantia de Preços Mínimos, que assegura renda ao produtor e o abastecimento do mercado.

Fonte: Divulgação



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