Terras brasileiras e gestão de estrangeiros, qual o tamanho da coisa?

02 Mar 2015

(*) por José Luiz Tejon Megido

Terras agricultáveis viraram ouro no mercado global do agronegócio. Seus preços subiram mais do que qualquer ativo nos últimos 10 anos. Entre 2009 e 2013, a evolução média do preço das terras no Brasil foi de 94%, e muito mais no Centro Oeste, com 131% nesse período de apenas quatro anos. E temos produtores estrangeiros e empresas investindo no Brasil.

Para variar, a lentidão das governanças e decisões no Brasil faz parte da nossa cultura histórica. Uma lei de 2012, que oferece um projeto, ainda aguarda a criação de uma comissão especial para análise do texto. Coisas como a proibição de vendas de áreas superiores a 25% do território do município fazem parte do texto. Mas o tema segue, em parcerias e movimentações de grupos.

Grandes empresas japonesas já têm no Brasil cerca de 1% do total das áreas agricultáveis do país. O Japão estuda ainda investimentos logísticos no país. Argentinos, escapando das Kirchinices, diversificando, formam outro grupo de estrangeiros no Brasil, e muitos deles em parceria com empreendedores brasileiros.  Dentre as 20 maiores empresas do agro, 1/3 são controladas por estrangeiros, aproximadamente 1 milhão de hectares. Aspectos tributários, jurídicos e de governança são desafios.

Não vejo temor, nem fantasmas, na questão de companhias e produtores estrangeiros produzirem no Brasil. Estarão sujeitos as leis do país, e investindo aqui. Há muita ficção a respeito. Algo que será cada vez mais inexorável, a globalização do lado de dentro das porteiras das fazendas pelo mundo inteiro.

(*) José Luiz Tejon Megido é Conselheiro Fiscal do Conselho Científico para Agricultura Sustentável (CCAS), Dirige o Núcleo de Agronegócio da ESPM, Comentarista da Rede Estadão.

Fonte: CCAS



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