Exportações brasileiras de milho despencam 71,7% em abril

05 May 2015

Segundo dados divulgados pelo Ministério de Desenvolvimento, Indústria e Comércio (MDIC), as exportações brasileiras de milho tiveram forte queda em abril, com embarques de apenas 159,2 mil toneladas, 71,7% abaixo das 562,4 mil toneladas exportadas em abril de 2014. No acumulado do ano-safra 2014/2015 (fevereiro a abril de 2015), as exportações brasileiras de milho somam apenas 1,938 milhão de toneladas, 12% abaixo das 2,203 milhões de toneladas embarcadas no mesmo período do ano-safra anterior.

Na análise da Carlos Cogo Consultoria Agroeconômica, a redução decorre, entre outros fatores, do atraso na colheita da soja, que levou ao embarque tardio da oleaginosa. "Com a prioridade dada à movimentação com soja em abril, a exportação de milho despencou. Em março, sem a concorrência com a soja em volume, foram destinadas ao mercado externo 675,4 mil toneladas do cereal", afirma o analista Carlos Cogo.

Devido a esses fatores, a receita com as exportações de milho caiu 74,3% em relação a abril de 2014, de US$ 124,6 milhões para US$ 32,0 milhões. Na comparação com março deste ano, quando foi de US$ 132,9 milhões, o recuo é de 75,9%. No acumulado dos quatro meses do ano civil, as exportações de milho somam 5,133 milhões de toneladas, 0,1% acima das 5,128 milhões de toneladas embarcadas de janeiro a abril de 2014.

Para o especialista, a pressão baixista sobre os preços do milho vai se acentuar durante a colheita da segunda safra deste ano. Afirma que serão colhidas 48 milhões de toneladas em menos de 60 dias. "Não há como escoar esse volume de milho em um ano em que as vendas externas de soja demoraram para deslanchar. Os portos ficarão ocupados mais tempo com os embarques de soja em 2015", projeta.

Cogo informa que, em média, os preços do milho ao produtor acumulam uma baixa de 10,2% nos últimos 30 dias. Com uma produção de milho estimada em 78,3 milhões de toneladas, somada a estoques iniciais recordes (14,3 milhões de toneladas), a expectativa é de uma oferta de 93,1 milhões de toneladas em 2015. Com um consumo interno estimado em 55 milhões de toneladas, haverá excedente de mais de 38 milhões de toneladas. "Na melhor das hipóteses, exportaremos 22 a 23 milhões de toneladas. Ainda restariam mais de 15 milhões de toneladas ao final deste ano", avalia.

De acordo com o consultor, o Brasil não costuma aproveitar a entressafra nos Estados Unidos para escoar os excedentes de milho, pois justamente nesta época os portos estão abarrotados pela soja. "Perdemos a oportunidade e o tempo para vender mais e com preços mais compensadores. Os espaços para a exportação de milho encurtaram em 2015. As tradings não querem fechar contratos para embarques de milho em julho e agosto – aceitam apenas contratar exportações para embarques em setembro e outubro", observa.

Fonte: Divulgação



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