CNA afirma que falta de estatísticas oficiais confiáveis prejudica setor cafeeiro

23 May 2015

A Confederação Nacional da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) participou do 6º Fórum e Coffee Dinner, esta semana, na cidade de São Paulo, evento considerado um dos mais importantes na área de café em território nacional. Durante dois dias, técnicos, representantes políticos e pessoas ligadas ao mercado cafeeiro debateram questões ligadas às atuais tendências da oferta mundial do produto, com ênfase na disponibilidade brasileira em relação ao consumo mundial.

Para a economista do Banco Bradesco, Fabiana D’Atri, mesmo com a perspectiva de um panorama macroeconômico desfavorável para 2016, a valorização do dólar diante das outras moedas é positiva, uma vez que incentiva a exportação brasileira de café. Segundo ela, um aumento do fluxo de investimentos estrangeiros e uma recuperação do equilíbrio macroeconômico podem contribuir para que o Brasil saia da situação de ajustes e volte a crescer.

De acordo com Jefferson Carvalho, analista do grupo financeiro Rabobank, a diferença entre as estimativas de produção brasileira de café arábica para 2015 de diversas fontes chega a 8 milhões de sacas, volume que representa cerca de 25% do total produzido no País. “Independente da variação entre as estimativas, a oferta de arábica deve se manter apertada”, conclui ele. Diante disso, Jefferson Carvalho recomenda aos produtores que façam trava futura, inclusive para 2016, visando aproveitar os momentos de preços atrativos ao produto.

Os representantes da Superintendência Técnica (SUT) da CNA presentes no evento, Fernando Rati e Natália Fernandes, ponderam que é importante que o produtor faça o acompanhamento do custo de produção, para que possa aproveitar possíveis oportunidades de ganho quando o preço futuro estiver acima do seu custo.

Em relação ao mercado de café conilon, Sérgio Giestas Tristão, presidente da Tristão Cia. de Comércio Exterior, a safra do grão deve ficar entre 13 e 15 milhões de sacas. Em sua análise, Tristão alertou para a estimativa de uma quebra de 20% na produção de conilon no Espírito Santo, maior produtor brasileiro dessa variedade, impactando, em nível nacional, a safra em 16%.

Para o Presidente da Atlantic (USA) e Diretor Gerente da Ecom AgroIndustrial Co., líder global em negócios de café, açúcar, cacau e algodão, Henry Dunlop, o cafeicultor brasileiro determina e irá determinar o preço do produto no mundo durante muito tempo. Para a CNA, o fato de o produtor brasileiro ser o centro das atenções no mundo cafeeiro se torna uma grande oportunidade para que demonstre a qualidade, diversidade e sustentabilidade do café produzido.

Apesar da qualidade dos dados e análises apresentadas durante o fórum, a CNA destaca que a falta de estatísticas oficiais confiáveis tem prejudicado a tomada de decisão por parte dos produtores e demais agentes da cadeia, comprometendo a implementação de estratégias em longo prazo.

Reunindo a comunidade cafeeira, o 6º Fórum e Coffee Dinner cumpriu seu papel de debater questões ligadas às tendências do mercado mundial e oferta brasileira de café, agregando valor ao setor.

Fonte: CNA



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