Mulheres no Campo: Cléo Ramos

18 Dec 2011

Vaidosa, enérgica, disciplinada e sempre com um sorriso no rosto. Com estas características marcantes, quem concedeu entrevista para a Série Mulheres no Campo foi a Gestora da Associação Sul-mato-grossense de Produtores de Novilho Precoce (Novilho Precoce MS), Cléo Ramos. Não é a toa que ela foi reconhecida e homenageada como mulher empreendedora pelo conselho regional de administração. Isso sem falar num grande detalhe: é a única mulher que consegue escalar o abate de mais de 70 mil cabeças de boi por ano. Confira:

Rural Centro – Em 1999, quando resolveu mudar de profissão, sua vida deu uma guinada, do ramo hoteleiro você saltou para o agronegócio. Como foi este período de adaptação e novos conhecimentos?
Cléo Ramos 
- Eu era funcionária pública concursada, trabalhava pela Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública do MS, e como minha carga horária permitia, também trabalhava no ramo hoteleiro. Seis anos se passaram (1994-1999) e pude mensurar e usar como termômetro este período para definir minha carreira, o que eu realmente queria para o meu futuro. Então pedi exoneração do Estado, ficando por mais um período ainda no hotel. Posteriormente, ainda fiquei um período como gerente administrativo em outra empresa.
Mas eu queria mais, foi então que fui para Goiânia tentar algo novo. Contudo, o amor pelo meu estado me trouxe de volta. Já em Campo Grande, feliz da vida por ter voltado, recebi uma ligação do Dr. Atanásio Chaves de Oliveira, que na ocasião era o secretário executivo da Novilho Precoce MS  para uma entrevista. E assim fui convidada pelo fundador da Associação, Sr. Armando Araújo  e Sr. Antonio José de Oliveira -  “Totonho”, Presidente da entidade,  para fazer parte do quadro de funcionários.  Na primeira semana li todas as pastas de documentos arquivados para entender meu novo desafio. A cada pasta uma emoção crescia, me apaixonei por tudo que vi e já me coloquei como parte desta engrenagem. Daquele dia em diante (exatamente no dia 6 de abril de 2001), eu faria “literalmente" parte desta família.

Cléo RamosRC – Hoje, decorridos mais de dez anos, como é ser gestora da Associação Sul-mato-grossense de Produtores de Novilho Precoce?
CR -
Jogo de cintura é um fator muito importante neste contexto, pois dia após dia nos deparamos com todos os tipos de comportamentos, aliado cada um com uma situação diferente. É matar um leão por dia! Os desafios são tarefas diárias quando se trata de gerir negócios alheios. A Novilho Precoce MS, através de sua Diretoria Executiva, tem me valorizado como tal.  Ao completar 10 anos de casa, em abril/2010, tive a grata satisfação de receber um presente surpresa. Além de um vídeo de depoimentos dos vários produtores que participaram em Bonito no Hotel Zagaia do 3º Encontro Novilho Precoce MS e a festa, recebi ainda um Boi de Ouro (pingente, em forma da logo da associação, que me acompanha diariamente), o que representa para mim um troféu pelos meus 10 anos de satisfação em fazer parte desta família. Outro momento importante que recordo com muito carinho foi quando em 2008 fui reconhecida e homenageada como mulher empreendedora pelo conselho regional de administração, tendo sido indicada pela Business and Professional Women- BPW.

RC - Você estava me dizendo que é apaixonada pelo que faz e que todo dia é como se fosse seu primeiro dia de trabalho. Acredita que este é o diferencial da mulher, o entusiasmo e o amor pela tarefa desenvolvida?
CR -
Sim. Seria impossível a cada novo amanhecer não ter este sentimento quando se ama o que faz. Se não fosse por amor, não aconteceria esta química. Enfim, hoje é minha paixão incondicional. Como eu te disse: “amo tanto o que faço que cada manhã, há quase onze anos, é como se fosse o primeiro dia de trabalho, com a mesma ansiedade, emoção e dedicação”.

RC - Como se sente sendo uma das poucas mulheres a conseguir o feito de escalar mais de 70 mil cabeças de boi por ano? Responsabilidade redobrada?
CR -
Agradeço a DEUS por este privilégio. Tenho um suporte importantíssimo, que sem eles, não seria possível: nossos associados e a “Diretoria Executiva” da Novilho Precoce MS, que tem sido meu esteio e é o principal ingrediente do meu crescimento e sucesso.

RC - E com tanto trabalho, como consegue conciliar com a vida pessoal?
CR -
Sempre digo: cada coisa em seu lugar. Quando estou na empresa, naquele momento ela é minha vida. Mas a correria do dia a dia é grande, tudo tem seu espaço em minha vida, administro meu tempo com cronômetro, cada minuto é muito importante para mim. Em primeiro lugar vem Deus, trabalho, família, esporte, amigos. Quando saio, a empresa fica, mas mesmo assim, fico de prontidão com celular ligado 24h. Estou sempre à disposição.

RC - Você, que costuma sair à campo e tem muitas amizades no setor, tem notado que a mulher vem se destacando em várias frentes?
CR -
Sim, as mulheres tem me surpreendido no meio em que atuamos, com sensibilidade e conhecimento suficientes para conduzir  e decidir  sobre assuntos que comumente eram amparados  apenas por ombros masculinos. Um ótimo exemplo é a nossa Senadora e Presidente da Confederação Nacional da Agricultura (CNA), Kátia Abreu, que vem tratando com total expertise assuntos diversos do agronegócio do nosso país, a exemplo do Novo Código Florestal Brasileiro, aprovado pelo Senado nos dias iniciais deste mês.

RC – Quais os desafios para 2012?
CR -
Fortalecer nossas alianças mercadológicas, cumprir nossos calendários de reuniões e eventos, buscar novos horizontes no que tange a nossa associação e a nossa marca própria (Primo Corte).

Veja as fotos de Cléo Ramos:

Pronta para a lida no campo As mulheres da NPMS

 

 

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O que é +Rural?

Fonte: Elaine Valdez - Rural Centro



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