Mulheres no campo: Ilca Corral Mendes Domingos, prefeita de Nioaque

04 Feb 2012

Esta semana a série Mulheres no Campo entrevista Ilca Corral Mendes Domingos, prefeita de Nioaque, interior de MS e distante 180 km da capital Campo Grande. Conheça a história da mãe, política (prefeita reeleita da cidade) e produtora rural, que teve uma infância muito ligada ao campo.

Rural Centro – Para começar, conte sobre sua vida, sua trajetória. Onde nasceu e qual a relação da sua família com o meio rural? Quais são suas impressões sobre o campo?

Ilca Corral: Minha trajetória de vida é bastante simples. Nasci em Rinópolis no Estado de São Paulo em 1952, quarta filha em uma família de 7 irmãos, cinco mulheres e dois homens.

Tivemos uma infância bonita neste lugarejo, praticamente rural, para onde, ainda jovem meu pai veio com sua família para região da Alta Sorocabana para trabalharem em fazendas de café como meeiros, o que era muito comum entre as famílias de imigrantes espanhóis e italianos.
Mais tarde, fruto de muito trabalho, foram adquirindo aos poucos área para plantio de café, que desde os 7 anos meu pai e irmãos juntamente com meu avô trabalharam para sobreviver. Mais tarde as coisas foram melhorando.

Ali convivíamos diariamente com nossos avós, tios, primos e amigos, num espaço enorme, com a horta do vovô, tão bem cuidada por ele, dos pés de café que tinha o capricho de cuidar pessoalmente, já que não podia mais ir para o sítio para trabalhar. Encanta-nos ver as fotos antigas dele com os amigos, filhos, netos nas belas floradas que encantavam a todos, com o cheirinho característico da “flor do cafeeiro” e sua beleza incomparável.

Do nosso avô, com certeza herdamos o amor à terra, as riquezas que ela produz e o cuidado e respeito de como explorá-la. Ele amava o Brasil, dizia que era uma terra de abundância e, como espanhol tinha um grande respeito e amor à sua terra natal, mas o coração dele era brasileiro.

Da fartura do pomar, guardo o sabor das laranjas limas, baiana, pêra, pérsia. Das jabuticabas, manga, o amargo da lima, abil e a cereja uma delícia e a bela árvore que até hoje procuro e não encontro igual. E as parreiras de uvas deliciosas, a da vovó muito grande e bem cuidada - quantas festas na sua sombra e da nossa casa grande e cheia de balanços, já que criança é o que não faltava. Aquilo tudo me encantava, porém, tenho um detalhe que não posso omitir, estudar não era meu forte, mas minha mãe sempre muita atenta me cobrava muito mais dedicação.

Assim foi nossa vida. As marcas felizes de uma infância sempre ligada às coisas da terra, plantas, pássaros, lembro, apesar de pouca idade, do roxo e lilás das esporinhas plantadas no belo e bem cuidado jardim de traçado espanhol, da casa da vovó, onde reinavam cravos, rosas, margaridas, dálias, lírios, marca que ficou em minha memória. Também os cedrinhos com seu aroma característico, enfileirado, fazendo a divisa da nossa para a casa dos nossos avós. E ainda o enorme viveiro de pássaros e a criação de coelhos do meu pai, onde levávamos os produtos da horta do vovô para tratá-los.

Nas tardes quentes, meu pai, após voltar do sítio, nos levava na velha caminhonete para nadar no rio Itaúna. Como era bom! Também nos ensinava como fazer mudas de café em “jacazinhos”, que como dizia, é bom porque “desmancha na natureza”. Depois das mudas germinadas, eram separadas as melhores e aí levadas para serem plantadas no sítio. Hoje, quantas mudanças, mudas mais resistentes a determinadas pragas, modificadas, clonadas, etc. Enfim, a modernidade na agricultura.

Quando íamos para o sítio, no auge da safra, os terreiros lotados de grãos de café para secar, brincávamos na “tulha”, hoje os silos, lotada de café, o bom resultado de uma excelente safra, ano de fartura.

prefeita ilca Meu pai nos mostrava também com orgulho, a reserva florestal que ele havia deixado na propriedade, onde existia uma nascente, dizendo que era a única original e preservada da região. Hoje, sabemos, foi um verdadeiro produtor rural, pois plantou, colheu e preservou.

Aos 7 anos, mudamos para Tupã em busca do atual ensino médio para minha irmãs mais velhas e para que dessa maneira não precisassem ficar no colégio interno, como haviam ficado durante 1 ano.

Em Tupã, aprendi outra maneira de trabalhar com a terra, iniciando meus primeiro passos no conhecimento de jardinagem. Em um belo jardim de uma casa muito grande, minha mãe contratou um jardineiro, que após fazer tratamento de hanseníase, estava à procura de emprego, e como apresentava um documento do hospital de Bauru que já estava curado e que, durante seu tempo lá aprendeu sobre plantas e como fazer jardim, minha mãe o contratou, aí conseguimos um professor, Seu Zé, que nos ensinou os primeiros passos na arte de fazer um jardim, pois a combinação das plantas no ambiente é como pintar um quadro. Quanto agradeço a Deus ter podido conviver com ele, que apesar das limitações físicas, nunca se deixou abater.

Dessa maneira sempre fiquei ligada a área rural, a terra, à natureza, e somente em 1971 fiquei distante, quando fui fazer faculdade em São Paulo, e por questões do destino ficou inacabada e a concluí somente agora em 2011.

Casei em 1975, tive dois filhos e em 1981, viemos para Campo Grande. Em 1982 adquirimos propriedade rural na região de Nioaque, e aí nova trajetória de vida se inicia, no Estado de Mato Grosso do Sul, somente os quatro, sem ninguém da família por aqui, somente amigos de trabalho do meu esposo, funcionário público. Voltei a ter uma ligação mais próxima com a área rural, dividi nesse tempo nossa vida em Campo Grande, onde as crianças estudavam e a fazenda que eu passaria a administrar após acidente automobilístico do meu esposo, que embora grave, se recuperou.

Esse laço forte meu com a terra voltou com toda a intensidade e iniciei nova batalha, já na área da formação da propriedade e conhecer a pecuária.

Iniciamos nova etapa de vida, mudança de rumo e, principalmente, na época, não eram tantas mulheres que atuavam nessa área, somente algumas com forte ligação com as tradicionais famílias da pecuária do Estado. Nessa nova etapa de vida tive grande apoio das funcionárias que trabalhavam comigo em casa e na fazenda, um casal que me ajudou muito. Mais tarde, ganhamos também mais um filho do coração, e por tudo que tive, agradeço muito a Deus.

2 – E o que te fez seguir a carreira política?

Ilca: Penso que política é algo muito forte em mim, defender causas que acredito para uma sociedade melhor, participar das ações e decisões, nunca consegui entender as pessoas que criticam somente sem participar, até para que possamos dar respostas para nossas ações.

Devemos participar da política partidária, defender as causas que acreditamos e, como produtora rural, daqueles que produzem neste país. Porém, só vejo uma dificuldade: mais mulheres deveriam disputar cargos eletivos. Temos que participar das ações e decisões, jamais ser omissas, temos que aprender a exercer nosso direito de cidadão.

Temos que fazer nossa história, senão viveremos sempre a história que alguém criou e que muitas vezes, não representa os nossos anseios e dos da sociedade que vivemos. Para mim, “omissão” é o maior defeito de caráter que um ser humano pode ter.

Quando jovem em Tupã, participei de ações políticas estudantis como presidente do Grêmio Estudantil, fui presidente do Interact Club ao s 15 anos e depois como produtora rural, participei de ações do Sindicato Rural de Campo Grande, com um grande amigo que já faleceu, Kenneth Coelho.

Participei do Sindicato Rural de Nioaque e ainda faço parte da diretoria. Junto com meu amigo Léo Brito, fui 2ª tesoureira da FAMASUL – Federação da Agricultura de Mato Grosso do Sul, e ali iniciamos nosso processo político/partidário ao fazermos o “SEBRAE Ideal”, nos preparando para melhor administrar. Dessa turma, saíram vários diretores e associados de sindicatos para concorrerem a cargos eletivos, eu fui uma das que cheguei a Prefeita. Ajudou muito nosso processo político, nossa participação em todas as ações sociais que éramos chamados para participar, desde criança, exemplo de família, minha e do meu marido. Ajudamos e participamos de ações de apoio a hospitais, instituições que atendiam pessoas carentes e tantos outros que seria difícil enumerar, isso desde jovem.

A política partidária foi um passo após outro, fruto de todas essas ações que empreendemos. O que digo sempre aos nossos companheiros, depois desses 7 anos de governo, é que não faço “politicagem”, pois isso nos leva ao desrespeito. Para mim, política se faz com seriedade, responsabilidade e trabalho.

A política nos levar a perder amigos sérios, se não for executada com responsabilidade. Para mim o pior que pode acontecer é “perder amigos”, isso graças a Deus nunca ocorreu.

Sempre que me perguntam sobre administrar Nioaque, digo que apesar de ser um belo município, excelentes terras para pecuária, belezas naturais, história e muito mais. Somos um dos mais pobres do nosso Estado. Grande extensão de terras e portanto, de estradas vicinais, pontes, 10 assentamentos, 04 aldeias indígenas e 2 comunidades quilombolas, precisamos lutar muito para manter os compromissos, porém, infelizmente as leis decididas em Brasília-DF, precisam ser adaptadas no nosso dia a dia, sem recursos.

Precisamos de desenvolvimento para nossa região, já que a legislação ambiental nos restringe e muito, pois estamos na região da Bacia do Rio Paraguai, portanto, Berço do Pantanal. Digo sempre, que se for necessário preservar, não vejo problema, desde que o município seja ressarcido por isso.

Amo este Estado que adotei de coração e tenho certeza de que minha parte como agente político estou fazendo.

Portanto, e por tudo isso justifica o que me fez seguir carreira política, além de ser um desafio e poder atuar, fazer parte de uma história, não ficar em berço esplêndido, criticando e não sendo o ato dos fatos. Foi e continua sendo um grande desafio, principalmente por que fui a primeira mulher prefeita em um município com 160 anos de história. Por isso, meu respeito e agradecimento aos nioaquenses. “Estou fazendo a minha parte como cidadã”.

3 – Entre seus projetos, a senhora faz questão de auxiliar os produtores rurais, por quê? E de que forma vem sendo desenvolvido este trabalho?

Prefeita Ilca e produtores ruraisIlcaPor que pra mim, produtor rural é pouco valorizado, tem uma atividade árdua, de muita preocupação, e que exige muito de toda família. Como deu para perceber, minha paixão pela terra, ficou bem clara aqui. Tudo que vi, ouvi e senti junto a nossa família, é muito claro ainda hoje para mim. Vimos muito sacrifício, preocupação, quando meu pai ficava ansioso, pois dependíamos da chuva, ou excesso de chuva, quando abria a florada do café e o pior, a geada. Isso tudo foi tão marcante não só para mim, mas para meus irmãos também, pois o café era o sustento de todos. Por isso, meu respeito aos produtores, principalmente aquele que nos deixou há 3 anos, aos 92 anos, quanta sabedoria, e a história dele não é diferente de tantos que labutavam na terra para tirarem seu sustento, o meu pai.

Uma coisa que marcou muito para mim, era o convívio familiar, na família do produtor, um dependia do outro para que tudo desse certo, e ali, vi a força das mulheres, que não só em suas casas, sua labuta também nas lavouras.

Fica na lembrança também a escolinha do sítio, a alegria das famílias nas festas de casamento, as famílias numerosas, as mulheres, na maioria descendentes de italianos, alegres, trabalhando, cantando, e servindo a bela “macarronada com frango” nas festas de casamento, servida em bacias enormes de alumínio. Como éramos felizes no campo, todas as famílias juntas, patrões e empregados. Essas lembranças me fizeram sempre preocupar como o nosso pequeno produtor hoje, que ganha sua terra e muitas vezes ficam sem a menor condição de tirar o sustento de sua família.

No meu governo, a atenção nessa área agrícola tem sido um ponto forte. Levei para esses nossos companheiros produtores rurais, somente no ano de 2002, portanto não estava na política, cento de dois cursos do Senar, sem custo nenhum para eles. Isso tudo, para reciclarem seus conhecimentos. Penso que esse foi um ponto importante na minha carreira política, já que não existia ali, falsidade, mas respeito pela nossa profissão. Hoje temos um programa PRODAF/NIOAQUE para darmos apoio para nosso pequeno produtor, que é muito interessante, temos uma frota de 12 tratores, vários implementos agrícolas, todos eles oriundos de recursos federais.

4 – Como é ser prefeita em um lugar onde existe o predomínio do homem em posições de liderança? Sente uma certa reserva?

IlcaNão tive problema, pois sempre respeitei homens, mulheres crianças, que me apoiaram nesse processo político. Independentemente do sexo, raça, cor, só tive problema de aceitação com uma oposição que insiste em querer o retrocesso, que beneficiava somente a eles, e que tanto prejudicaram nosso município. Muitas vezes se referiam a mim como a “Velha”, o que para tristeza deles, não vi como ofensa e tampouco me abalavam, pois ser velho é ter aprendido muito com a vida, como respeito, dignidade, família. Nossas rugas são marcas que o tempo se encarrega de sinalizar em nosso semblante, umas também de sofrimento, outras, noites mal dormidas embalando o sono dos nossos filhos, outra ainda, cuidando de nossos pais quando a força física lhes era escassa.

Portanto, não tive situação de constrangimento e reserva dos homens em relação a mim. Infelizmente, os medíocres aparecem mais, talvez por que tenham mais tempo para não fazerem nada importante, porém, as pessoas decentes ainda são a grande maioria, caso contrário, não seria eleita prefeita de Nioaque, e muito menos reeleita.

5 – Por ser mulher, acredita que suas decisões tem outro peso, uma sensibilidade que não é comum no meio masculino?

Prefeita Ilca em feira de nioaqueIlcaSim, as decisões com certeza são tomadas de uma maneira diferente, carregada de sensibilidade e, muitas vezes, quando a razão dificulta algumas ações, precisamos agir com o coração. Isso é próprio da mulher, da mãe.

Em casa, com nossa família, temos que ser mais justa possível, para podermos dividir por igual não só o alimento, mas, o carinho, a atenção e o amor aos filhos.

A mulher tem muita garra, age com intensidade para conquistar o bem estar de sua família e no governo do município fiz o mesmo pelo meu povo, tentando ser o mais justo possível, embora, nem todos entenderam essa determinação em busca de recursos, sendo muitas vezes incompreendida nas nossa ações. Uma coisa que me deixa realizada é que sou respeitada pela minha firmeza de caráter, pela minha palavra dada e esse foi um marco muito importante nesse meu curto tempo de atuação política. Muitas vezes não vou às festas que me convidam, mais em momentos difíceis de doenças, perda de entes queridos, meu povo sabe que podem contar com minha presença junto deles. Isso para mim é uma maneira que diferencia o homem e mulher no governo, ou administração.

6 – Quais outras mulheres diria que são sua inspiração?

IlcaAdmiro o trabalho de muitas mulheres, nas mais diferentes áreas, mas para mim, que busco sempre o caminho mais simples para atingir um fim, marcaram profundamente, algumas, que foram exemplo para o que sou hoje.

Primeiro minha avó materna, espanhola, e como tal, centro de uma família matriarcal. Era muito séria, mas totalmente dedicada à família, e que junto com meu avô, trabalhador e carinhosos com os netos, era o exemplo da família que todos desejam.

Outra pessoa que admiro é minha mãe que marcou muito com firmeza de caráter, bom senso, com muito trabalho no lar e a meiguice que poucas vezes vimos igual, mas era o ponto de equilíbrio familiar. Hoje com seus 83 anos e lúcida como todos nós gostaríamos de chegar até lá. Nunca vi minha mãe reclamar, embora com sete filhos. Realmente uma personalidade marcante.

Outras mulheres que marcaram muito minha infância, e que perduram até hoje nas minhas lembranças, são as valorosas italianas e também as nordestinas que moravam com suas famílias nas grandes colônias de terras, que tinham cultivo do café, e que era o negócio de nossos pais. Trabalhavam muito, sempre cantando e rindo em grande intensidade, que era a mesma intensidade que quanto sentiam saudades dos seus entes queridos que ficaram distantes destas terras, choravam cantando as lembranças de suas terras. E as histórias que contavam de suas terras distantes, a alegria que transmitiam através das músicas e danças, o que não os deixavam ser jamais perder suas raízes e isto servia também nos pratos que preparavam, nunca vou esquecer a fartura em que a macarronada era o prato principal.

Portanto o simples pra mim é de onde tiro os maiores exemplos, pois detrás de toda a alegria, danças, alimento que conquistavam a todos, sabe hoje que tudo isso é uma forma de “matar a saudade” de suas famílias.

7 - Na sua opinião, qual o destino do meio rural daqui para frente?

IlcaO meio rural será reconhecido mundialmente como um dos mais, senão o mais importante para a sobrevivência da humanidade. Com certeza, apesar de toda tecnologia, termos mais adversidades, pois ainda dependemos da natureza para produzir. O Criador nos deu um mundo perfeito, porém se não soubermos preservar, dificilmente conseguiremos produzir alimento suficiente para suprir a demanda mundial.

Precisamos preservar muito, mas o mundo todo, e não somente o Brasil. Vemos que cada vez mais, as pessoas tendem a se distanciar do meio rural, haja vista os filhos de agricultores, que não querem seguir a mesma atividade dos pais. E eu estou falando, do pequeno e médio produtor, por que a vida dos que dependem somente do rendimento da terra, não é nada fácil.

Portanto, nossa classe de produtores rurais, precisa participar do processo político do nosso país, para que possamos decidir sobre nossas ações, e não ficar a mercê de pessoas que vivem das “facilidades políticas”, que hoje nos envergonham, votando leis que muitas vezes nos impedem de produzir com trabalho, respeito e dignidade.

Porém, mulher da terra que sou, acredito que daremos uma guinada nessa situação, temos hoje uma mulher na presidência do país, uma senadora na presidência da Confederação Nacional da Agricultura e Pecuária – CNA, é um grande passo que estamos dando. Nós mulheres que temos um cargo seja no legislativo ou executivo, precisamos buscar mais apoio dessas dirigentes para que nos ouçam mais, compartilhem das nossas dificuldades nas ações, e que façam entender a todos a importância de sua participação política no desenvolvimento do país.

Quero ver um mundo diferente, com alimentos em abundância e bem distribuídos, recebendo valores condizentes com o custo da produção, com respeito ao produtor rural e, principalmente, as valorosas mulheres desse meio que até bem pouco tempo tinha uma participação muito pequena.

Precisamos estar atentos a essa ONGs que transmitem ao mundo, uma imagem do produtor como um destruidor dos recursos naturais. Precisamos sair da nossa propriedade e mostrar o nosso dia a dia nas redes sociais, que são um importante meio de propagar nosso trabalho. Enfim precisamos de mais mulheres participando da política partidária do nosso país.

8 – Como estamos iniciando 2012, quais são seus projetos para este ano?

Prefeita Ilca no campoIlca: Precisamos encerrar com a mesma dignidade que iniciamos nosso mandato, já que estou no último ano de uma reeleição. Vou me propor a assumir o sindicato do meu município, pois há muito tempo atrás, numa atitude de muita coragem, retomamos das mãos inescrupulosas de pessoas que sequer eram produtores rurais.

Esse também foi um marco da minha carreira política. Tenho muita coragem para enfrentar as situações, não é característica de minha personalidade fazer as coisas pela metade, gosto de agir com intensidade em todas as minha ações.

Politicamente vamos tentar fazer a sucessão no nosso município, para que não o transformem novamente no que era antes e, principalmente, para voltar àqueles que vilipendiaram nossa Nioaque, destruíram de uma maneira, que somente agora podemos dizer, deixamos a casa em ordem, apesar de ainda termos muitas ações na justiça contra todos aqueles que me referi acima.

Por fim, preciso descansar, pois há oito anos não tiro férias, e dessa maneira, vou me preparar para iniciar nossos projetos profissionais e políticos, pois não me vejo acomodada, apesar de estar encerrando meu mandato com 60 anos. Enfim pedir a Deus que me dê muita saúde para que eu possa continuar atuando com seriedade e garra na profissão que escolhi ser, com orgulho, uma “Produtora Rural”.

Fonte: Elaine Valdez / Rural Centro



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