14 Sep 2017

A Polícia Federal cumpre na manhã desta quinta-feira mandado de busca e apreensão no apartamento do ministro da Agricultura, Blairo Maggi, em Brasília, e em outros endereços ligados ao ministro no Mato Grosso, como parte de uma investigação conduzida pela Procuradoria-Geral da República sobre suspeita de corrupção.

Blairo é alvo de um inquérito aberto pelo Supremo Tribunal Federal (STF) sob a acusação de liderar uma organização criminosa responsável por um esquema de corrupção e desvio de recursos públicos nos dois mandatos em que esteve à frente do governo de Mato Grosso (2003-2010).

A investigação tem como base delação premiada feita por Silval Barbosa, também ex-governador do Estado, que foi vice de Blairo Maggi (2007-2010). O pedido de busca e apreensão no endereço do ministro foi apresentado pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, e autorizado pelo ministro do Supremo Luiz Fux.

A Polícia Federal informou, em comunicado, que deflagrou nesta quinta a Operação Malebolge (12ª fase da Ararath) como o objetivo de cumprir mandados de busca e apreensão expedidos pelo Supremo Tribunal Federal em 64 endereços em diversos municípios de Mato Grosso, além de Brasília e São Paulo. O nome da operação é uma referência a oitava vala maldita do inferno da Divina Comédia de Dante Alighieri, onde moram aqueles que pecaram por fraude.

Em sua delação premiada, que foi homologada por Fux, o ex-governador Silval Barbosa afirmou ter havido uma série de irregularidades envolvendo Blairo, incluindo uma espécie de “mensalinho” pago a deputados da Assembleia Estadual de Mato Grosso a fim de garantir apoio político para a votação de projetos do interesse do então governador.

A delação também menciona que houve em 2010 um acordo para que Silval Barbosa disputasse o governo estadual e Blairo Maggi uma das cadeiras ao Senado por Mato Grosso. Para tanto, segundo o colaborador, era preciso que Silval assumisse dívidas de campanha para ter apoio de Blairo, o que, disse, teria havido a concordância.

Além de seu depoimento, Silval entregou vídeos que mostravam seu ex-chefe de gabinete, Sílvio Côrrea, entregando maços de dinheiros a Emanuel Pinheiro(PMDB), ex-prefeito de Cuiabá, ao deputado federal Ezequiel Fonseca (PP), aos ex-deputados estaduais Luciane Bezerra (PSB), Alexandre Cesar (PT) e Jota Barreto (PR).

Em nota à imprensa, o ministro Blairo Maggi esclarece que "nunca houve ação, minha ou por mim autorizada, para agir de forma ilícita dentro das ações de Governo ou para obstruir a justiça. Jamais vou aceitar qualquer ação para que haja 'mudanças de versões' em depoimentos de investigados. Tenho total interesse na apuração da verdade".

Ele também afirma que não houve pagamentos "feitos ou autorizados por mim", ao então secretário Eder Moraes, para acobertar qualquer ato, conforme aponta "de forma mentirosa" a delação de Silval Barbosa. "Jamais utilizei de meios ilícitos na minha vida pública ou nas minhas empresas. Sempre respeitei o papel constitucional das Instituições e como governador, pautei a relação harmônica entre os poderes sobre os pilares do respeito à coisa pública e à ética institucional", afirmou.

Fonte: El país



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