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Leonardo Alencar, analista da área de pesquisa de mercado do frigorífico Minerva, não aposta no favorecimento do mercado exportador de carne bovina do Brasil em relação aos efeitos da vaca louca nos Estados Unidos.

A opinião de Alencar, uma análise do resultado dos abates bovinos no Estado de São Paulo e a diferença entre os preços do boi e da vaca em Goiânia/GO são os tópicos da série de estudos apresentadas semanalmente pela Rural Centro e destaques deste Balanço do Mercado da Pecuária de Corte desta segunda-feira.

Além disso, reveja os dados completos da exportação brasileira de carne bovina in natura no primeiro trimestre deste ano. Utilize o sumário abaixo e entre especificamente na informação desejada.

Lembrando que o objetivo deste material é levar ao produtor informações para o desenvolvimento do seu negócio e as principais notícias dos últimos dias.

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Palavra do Especialista IBGE Preço Físico Exportação Últimas Notícias

Leonardo Alencar: Frigorífico Minerva
A mídia em geral vem explorando ao máximo as informações sobre o foco de vaca louca nos Estados Unidos na semana passada, mas os efeitos da doença no mercado exportador brasileiro não serão significativos, afirma Leonardo Alencar em entrevista concedida à Rural Centro.

Se o foco atual fosse igual ao de 2003, quando as exportações foram embargadas pelos países importadores dos frigoríficos americanos, o resultado seria positivo para o Brasil, que provavelmente ocuparia o lugar dos australianos no mercado internacional. A Austrália, por sua vez, abasteceria os países que tradicionalmente importam a carne estadunidense, ou seja, México, Canadá, Japão, etc.

“Mas o que aconteceu agora foi a doença detectada em apenas uma vaca, dedicada à produção leiteira. Como os EUA agiram rapidamente, os países não bloquearam as exportações, com exceção da Indonésia, que tem participação pouco significativa”, explica Alencar.

“É um processo natural o aumento da fiscalização sanitária diante de qualquer suspeita de vaca louca, mas as exportações ainda não foram afetadas", explica o analista.

Agora, o mercado precisa ficar de olho na reação do setor varejista, observar como o consumidor final agirá diante das notícias propagadas, se realmente evitará consumir carne bovina americana.

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Pesquisa do IBGE
Dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas), apurados historicamente pela Rural Centro, mostram que os abates bovinos no Estado de São Paulo, que ocupa o segundo lugar no ranking nacional de maior volume de abates, atingiram em 2011 o seu menor volume dos últimos 10 dez anos.

No ano passado, foram abatidos 3,22 milhões de bovinos na praça paulista, lembrando que os números se referem aos abates sobre inspeção federal, estadual e municipal, ficando muito aquém da realidade, por causa da grande quantidade de abates informais.

O resultado de 2011 anota queda de 2,8% frente 2010 (3,311 milhões/cab) e apresenta redução de 7,8% em relação a 2009 (3,49 milhões de animais).

Além disso, é mais agravante ainda a representatividade dos abates de fêmeas, que atingiu 35,2%, com total de 1,133 milhão de unidades. A participação do ano analisado é a maior desde 2007, sendo que este descarte maior de fêmeas pode comprometer a formação futura de rebanho bovino.

Por categoria, a praça paulista abateu 1,983 milhão de bois, 835,7 mil vacas, 297,7 mil novilhas e 102,7 mil novilhos.

Veja abaixo os números detalhados dos abates em SP (por categoria):

Estado de São Paulo, IBGE, Abates, Bovinos, Rural Centro

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Preço do boi gordo e da vaca gorda
Em Goiânia, capital de Goiás, o produtor está verificando uma distância cada vez menor entre os preços a prazo do boi e da vaca gorda, acumulando em abril deste ano uma diferença inferior a 7%, sendo este o menor resultado visto na série histórica 2008/12.

Spread, boi, vaca, goiâniaNo acumulado deste mês, o boi gordo apresentou uma média de preço de R$ 88,1/@, contra R$ 82,4/@ referente às negociações da vaca gorda.

Em abril de 2011, a distância foi de 8,1% (boi a R$ 93,9/@ e vaca a R$ 86,9/@); contra 7,3% praticado em abr/10 (boi a R$ 76,9/@ e vaca a R$ 71,7/@); 8,5% em abril de 2009 (boi a R$ 72,8 e vaca a R$ 67,1/@).

É válido destacar que a diferença atual é 4,9 pontos percentuais menor que o resultado de abril de 2008, quando entre a vaca gorda (R$ 64,2/@) e o boi gordo (R$ 71,7/@), havia uma diferença de 11,8%.

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Exportação de Carne Bovina
Entre janeiro e março deste ano, as exportações de carne bovina in natura dos frigoríficos brasileiros somaram 187,2 mil toneladas líquidas, um volume menor que os dos anos anteriores, mas que graças ao preço médio recorde (US$ 4.876/t), o faturamento atingiu a segunda maior marca de todos os tempos, US$ 912,6 milhões, abaixo apenas dos 968 milhões de dólares contabilizados no mesmo período do ano passado. 

Os russos continuam sendo os maiores compradores da carne bovina brasileira, em termos de volume, com um total de 58,5 mil toneladas, mas sendo este o menor resultado desde 2005.

O destaque das negociações é o Egito que importou no primeiro trimestre 23,8 mil toneladas de carne bovina brasileira, o triplo em comparação a 2011 (7 milhões de toneladas).

A China, através de Hong Kong, sua unidade administrativa, importou do Brasil no período analisado 23,2 mil toneladas, contra 15,4 mil toneladas negociadas nos três primeiros meses de 2011.

Atenção também para os países vizinhos: Venezuela, cuja as eleições este ano estão alavancando as negociações em 22% entre 2011 e 2012, com total de 20,5 mil toneladas, ocupando o 4º lugar no ranking por país e o Chile, na quinta posição, com 12,5 mil toneladas.

No ranking estadual, também por volume negociado, São Paulo é líder, com 54,3 mil toneladas.

Os goianos, logo abaixo, ampliaram as vendas internacionais de carne bovina in natura em 23,8%, passando de 26,6 para cerca de 33 mil toneladas. O Estado de Mato Grosso, com 30 mil toneladas, apresentou ao longo deste ano embarques externos de 30 mil toneladas.

Por região, Centro-oeste registrou 86,7 mil toneladas de carne bovina exportada, liderando o ranking, em segundo lugar o Sudeste (68,4 mil/t), em terceiro o Norte (28,6 mil/t) e em quarto o Sul (3,5 mil/t).

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