25 Nov 2010

A atividade envolve vários processos que geram emprego e renda para os pequenos agricultores.

Nesta época do ano, em meio à paisagem seca, o verde que se destaca é da árvore símbolo do Nordeste: a carnaúba. São centenas de pés que habitam principalmente o leito dos rios.

No distrito de Patriarca, em Sobral, região norte do Ceará, é época de muito trabalho para os moradores do sertão. As folhas da carnaúba que cresceram nos meses de chuva, entre janeiro e julho, estão no ponto de corte.

“Tem que ter bastante forte. Tem certas varas que são mais pesadas. Outras é mais habilidade. Tem comer muito feijão com rapadura”, avisou o trabalhador rural João Paulo Furtado.

Com as folhas retiradas, entra em cena o feixeiro. O trabalhador junta a folhagem e faz pequenos feixes que são amarrados e arrumados no lombo do jumento. Cada um transporta uma média de 60 quilos e faz esse trajeto várias vezes ao dia.

O destino da carga é o lastro, local onde as folhas são colocadas para secar ao sol. O lastreiro espalha a folhagem que deve secar entre dois e cinco dias.

Todas as etapas são cumpridas por milhares de trabalhadores do sertão, que aproveitam a atividade para tirar o sustento até que chegue o próximo período de chuva.

Depois de retiradas as folhas, entre os meses de agosto e dezembro, elas voltam a nascer. A carnaúba é uma árvore que não exige grandes cuidados nem poda ou aguação.

A árvore esconde um tesouro bastante valorizado: a cera de carnaúba. A extração também é feita de forma bem artesanal.

O produtor de cera Wellington de Sousa explicou que dois tipos podem ser extraídos: a cera branca, de maior valor comercial, e a cera preta. As duas têm mercado garantido.

“É um processo que exige muita paciência. A pessoal tem que observar bem para poder aprender”, alertou seu Wellington.

A pasta tem grande utilidade na indústria, desde os cosméticos até artigos de informática.

Depois de todo esse processo, a palha da carnaúba ainda serve para a confecção de artesanato. Por isso, nesta época do ano é comum ver mulheres reunidas na varanda para confeccionar o chapéu de palha.

As mãos habilidosas rapidamente tecem o adereço. Além de ocupação para as mulheres no campo, o trabalho também é uma fonte de renda.

“Eu consigo fazer sete chapéus por dia. Eu só tenho esse ganho”, justificou a artesã Expedita Luzia.

A cera de carnaúba é o terceiro produto mais exportado pelo Ceará.

Fonte: Globo Rural



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