História da Raça: Avestruz

11 Nov 2011

Um animal com grande rentabilidade, com fácil adaptação ao clima brasileiro, principalmente nas áreas mais secas, com custo de produção, em termos de alimentação, relativamente barato. Este é o avestruz, a maior ave do mundo, da qual pode se dizer que se aproveita até o canto e que alguns já a consideram o novo boi do agronegócio brasileiro.

Características do animal

Segundo as informações da CooperAvestruz (Cooperativa de Criadores de Avestruz do Brasil) o animal originário da África, com nome científico Struthio Camelus Australis, pode atingir entre 110 e 200 quilos na fase adulta, com altura máxima de 2,7 metros e com longevidade de até 70 anos.

O macho tem penas pretas, enquanto as fêmeas têm plumagem cinza amarronzada. A avestruz bota em média 60 ovos por ano e a incubação é de 42 dias, com fertilidade fêmea de até 40 anos.

A principal alimentação de avestruz é pasto e ração ou alfafa e ração. O volume da alimentação é de 125 g no primeiro mês, duplicando esta quantidade mensalmente até atingir a porção de 1 quilo e meio. Após isto a alimentação é balanceada com capim e água.

Este animal rende 1,2 quilo de plumas, material muito negociado no carnaval brasileiro, por exemplo, assim como 35 quilos de carne limpa, de altíssima qualidade, com um percentual de gordura muito abaixo das carnes tradicionais, alcançando apenas 1,2%, contra 15% da carne bovina.

A carne é extremadamente rica em ácidos graxos e outros tipos de vitaminas. O preço no varejo da carne mais nobre de avestruz, o Filé Leque, atinge R$ 35 o quilo (dados da Betel Avestruzes).

Comercialmente se definem três raças de avestruz: Black Neck (pescoço preto), Red Neck (pescoço vermelho) e Blue Neck (pescoço azul).

Outro destaque desta cadeia produtiva, talvez a mais rentável, é a produção de couro, um filão que vem crescendo principalmente no mundo da moda, que cada vez mais adere a peles exóticas, com uma grande aceitação no mercado interno e externo.

O animal se adapta especialmente ao clima árido e a proporção ideal para um rebanho de avestruz é de um macho para cada duas fêmeas.

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Criação de Avestruz no Brasil

Carlos Goulart, veterinário especialista em animais silvestres, em artigo publicado no Avisite, explica que o primeiro carregamento deste tipo de animal para o Brasil aconteceu em 1995. Já em 1997, por exemplo, o país vivenciou uma forte crise devido à presença do Paramixovírus causador da doença de New Castle encontrado em algumas aves que foram importadas e que levou à radical, porém necessária, determinação de se abater grande parte do rebanho nacional de avestruzes, em proteção à indústria avícola brasileira.

Após 1999, com o retorno da liberação para importação de ovos embrionados e pintos novos, a estrutiocultura voltou a crescer.

Aqui no Brasil, a família Piveta Assunção é a que possui hoje um dos maiores e mais moderno criatório de avestruz de todo o mundo.  A ideia de produzir avestruz iniciou em 1995, quando Manuel Piveta, o patriarca, viajou aos Estados Unidos e viu a lucratividade deste tipo de negócio.  Até então a criação dos Piveta era de cavalo. 

A fazenda é localizada no Mato Grosso do Sul e por conta do período de chuvas, Piveta teve que modificar o período de postura típico da ave, de agosto para março, para março a setembro, decisão tomada justamente porque são esses os meses mais secos nesta área produtora, propiciando maior facilidade na reprodução do animal e na incubação dos ovos.

Atualmente, a empresa do senhor Manuel passa por dois momentos importantes: o início das negociações do óleo de avestruz com laboratórios farmacêuticos do Chile e o acompanhamento do PNVRC (Programa Nacional de Controle de Resíduos Contaminantes) que acontecerá nos abates da próxima quarta-feira, sendo este o primeiro passo para a exportação de carne de avestruz.

Importação de Avestruzes

Dados da Secex (Secretaria de Comércio Exterior) mostram que de 1996 até hoje as importações brasileiras de avestruzes somaram 60,3 mil animais, gerando gastos de 3,8 milhões de dólares, sendo que cada animal foi adquirido a um preço médio de US$ 65,5 cabeça.

Dica aos produtores

Um estudo divulgado também na Avisite, elaborado por estudantes da PUC - Minas (Desirée Rotta, Geraldo Siquira, Kenyon Costa e Luciana Silva, além do professor Fábio Zacan), mostra que para o sucesso deste ramo do agronegócio são necessários vários fatores como: conhecimento anatômico, fisiológico e comportamental; conhecimento técnico; desenvolvimento tecnológico para reprodução (incubação); e, principalmente bom senso, somados a adaptações que sejam necessárias, e ainda conhecimento em outras criações como bovinocultura e avicultura, além de programas de biosseguridade, fazem com que a criação de avestruzes no Brasil tenham resultados mais rápidos que os obtidos em outros países.

Fonte: Ana Brito / Rural Centro



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