Agricultura de subsistência: como acontece no Brasil?

27 Mar 2022
Produções agrícolas feitas por famílias ou comunidades representam uma alternativa saudável e econômica
Formada por inúmeras pequenas propriedades familiares em todo o Brasil, a agricultura de subsistência garante o sustento econômico e a alimentação de brasileiros no campo. Entenda como esse modelo de produção representa uma alternativa saudável e viável economicamente para as produções agrícolas do País.
O que é agricultura de subsistência?
A agricultura de subsistência pode ser caracterizada por aquela com métodos tradicionais de cultivo por grupos familiares ou comunidades. Diferentemente da agricultura moderna, caracterizada pela extensa produção, mecanização e utilização de tecnologia, a de subsistência não foca a obtenção do lucro, mas sim, como o nome sugere, na manutenção da segurança alimentar de quem a promove.
Por isso, as produções costumam ser bem menores se comparadas às industriais. Até mesmo os cenários, visualmente, são totalmente diferentes. Enquanto o modelo industrial abrange espaços enormes de terra, onde é praticada a monocultura, e tem maquinários de ponta, na agricultura familiar é comum ver ferramentas manuais simples com diversidade de espécies e quantidade reduzida de cada uma.
Agricultores de subsistência não necessariamente consomem somente aquilo que cultivam diretamente, eles também podem comercializar ou trocar seus produtos — seja excedente de produção, seja parte dela já previamente destinada para isso.
Dados da agricultura de subsistência
América Latina, África e Ásia são os locais do mundo onde a subsistência é mais predominante, especialmente em países em desenvolvimento. No mundo todo, ela representa um terço do abastecimento de toda a população. Quando se trata do Brasil, ela está presente principalmente nas Regiões Norte e Nordeste.
De acordo com Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), a atividade gera empregos para até 70% dos brasileiros no campo, envolvendo cerca de 4,4 milhões de famílias.
Arroz, feijão, milho, mandioca e batata são as culturas predominantes nessa categoria de agricultura. Entre os animais criados estão suínos, bovinos e aves. Por não levarem insumos ou defensivos agrícolas (ou em quantidade reduzida), os produtos resultantes, orgânicos, são considerados mais saudáveis e com melhor valor para comercialização.
Além disso, o meio ambiente se beneficia com culturas diversas em diferentes épocas produtivas, pois a terra passa a ser naturalmente adubada e se mantém equilibrada. Culturas únicas e extensivas, típicas de grandes produções, podem desgastar a região na qual são cultivadas. Após cerca de 2 a 3 anos, a fertilidade do solo desmatado cai e é preciso explorar uma nova região.
Como a subsistência acontece no Brasil?
Mesmo que a subsistência represente uma alternativa sustentável ao meio ambiente e à economia, ela não é a prioridade no cenário nacional. Grandes produtores são os maiores beneficiários de programas de incentivo com isenção de impostos ou facilitação de empréstimos.
Isso acontece porque, em termos econômicos, o agronegócio representa uma indústria com impacto direto nos mercados interno e externo do País, a partir da geração de empregos e exportação.
Fonte: Summit Agro