Como proteger as plantações da chuva ácida?

20 Mar 2022

Chuva ácida pode causar desequilíbrios ecológicos e efeitos negativos para a agricultura
 
O termo “chuva ácida” surgiu durante o século 19, quando se começou a perceber que a composição química das precipitações era influenciada pelo volume e frequência pluviométricos, queima do carvão, decomposição de matéria orgânica, direção dos ventos e proximidade do mar.

Mas somente no início do século XX um aumento significativo na acidez das chuvas foi observado em várias regiões do mundo. O fenômeno foi associado à presença de ácidos na água provenientes da decomposição de substâncias utilizadas em processos industriais e geradas pela queima de combustíveis.

Apesar de ocorrerem no Brasil, especialmente próximo a usinas termoelétricas e cidades com um alto número de automóveis, não existe um monitoramento nacional para chuva ácida. Por isso, agricultores têm que redobrar a atenção para prevenir eventuais prejuízos no campo após a ocorrência do fenômeno.

O que é chuva ácida?

A chuva ácida descreve qualquer forma de precipitação que contém altos níveis de ácidos nítrico e sulfúrico. Também pode ocorrer na forma de neve, neblina e pequenos pedaços de material seco que se depositam na terra. A chuva normal é levemente ácida, com pH de 5,6, enquanto a chuva ácida geralmente tem pH mais baixo, entre 4,2 e 4,4.

O fenômeno pode “viajar” grandes distâncias na atmosfera: não apenas entre países, mas também de continente para continente. A precipitação às vezes acontece a muitos quilômetros da fonte de poluição, mas onde quer que ela caia, pode ter um efeito sério no solo, nos vegetais, nos edifícios e na água.

 

O que causa a acidez na chuva?

A chuva ácida pode ser causada pela liberação de produtos químicos a partir de processos de apodrecimento de vegetação e erupção em vulcões. No entanto, a maioria das chuvas ácidas é um produto das atividades humanas. As maiores fontes de substâncias que produzem o fenômeno são usinas de energia a carvão, fábricas e automóveis.

Quando os seres humanos queimam combustíveis fósseis, dióxido de enxofre e óxidos de nitrogênio são liberados na atmosfera. Esses poluentes do ar reagem com água, oxigênio e outras substâncias para formar ácido sulfúrico e nítrico no ar. Quando chove, a acidez flui pela superfície, entra nos sistemas de água e penetra no solo.

Efeitos sobre as lavouras

A chuva ácida altera o pH do solo, afetando as plantações de maneiras diferentes. Plantas jovens sem raízes ou com raízes pequenas são mais propensas a serem afetadas. Isso porque o excesso de ácido dissolve o substrato no solo, levando à erosão e removendo minerais e nutrientes essenciais para o crescimento das plantas.

As lavouras em regiões montanhosas são mais afetadas por maiores quantidades de nuvens ácidas e neblina. A acidez infiltra o alumínio no solo, o que dificulta a coleta de água pelas plantas, e ainda dissolve nutrientes como magnésio e cálcio, que dão às plantas a imunidade para combater infecções e insetos.

Gotas de chuvas ácidas sugam as substâncias nutritivas das folhas das plantas, dificultando a absorção de luz solar em quantidade suficiente para realizar o processo de fotossíntese. As folhas também se tornam mais fracas para combater as temperaturas de congelamento. Na pior das hipóteses, a água ácida pode matar as plantas.

Como proteger a plantação?

A melhor maneira de proteger as plantações da chuva ácida é evitar que a precipitação caia sobre elas. Especialistas recomendam plantar espécimes mais jovens sob árvores grandes para protegê-las de danos. Uma alternativa é cobrir a lavoura com plástico grosso envolto em estacas ao redor das plantas.

O agricultor também deve ter cuidado com o solo. Se a propriedade está localizada em uma área onde a chuva ácida é comum, o teste do solo a cada 6 a 12 meses é fundamental para identificar problemas e efetuar a correção com fertilizantes contendo minerais, nutrientes ou calcário quando necessário.

 

Fonte: Summit Agro



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