Rural Centro Responde: Diferença entre Vermífugos

22 Jun 2011

"Primeiramente, parabéns pelo site. Solicitamos informações a respeito de tantas espécies de vermífugos: Abamectina, doramectina, ivermectina... Quais as diferenças entre eles?" Pergunta enviada pelo leitor Fernando Gimenez.

 
A dúvida de Fernando é pertinente. O gerente de endectocidas da Unidade Bovinos da Pfizer Saúde Animal, Miguel Domingues Júnior, afirma que realmente existem muitos produtos disponíveis para a venda, que podem confundir aqueles que tem pouco costume com essas substâncias. “Primeiramente, é preciso saber diferenciar marcas e produtos. A ivermectina, por exemplo, é uma molécula. No entanto, existem mais de 95 marcas comerciais de produtos espalhadas pelo mercado”.

Além de haver diferenciações entre os tipos de moléculas que compõem os produtos, há também as diferenciações em relação à concentração do princípio ativo e ao tipo de veículo utilizado na formulação, estando este último associado à maior ou menor disponibilidade do ativo na circulação e nos tecidos alvo e ao seu tempo de ação. 

Para Domingues, diante de tantas opções, a definição do produto ideal depende de uma série de fatores, tais como: propósito do tratamento (Controle Parasitas internos, Controle de carrapatos, Míiases, Controle de bernes); categoria animal (bezerros recém-nascidos, bezerros desmamados, recria, terminação); nível de desafio e infestação/infecção; raça dos animais; histórico de uso de antiparasitários x percepção de eficácia; dentre outros.  Assim, a indicação mais adequada para qualquer dúvida que o usuário venha a ter é procurar um médico veterinário.

Tipos de Antiparasitários

Primeiramente, é importante ressaltar que embora o senso comum considere vermífugo como sinônimo de antiparasitário, há que se destacar que tal denominação aplica-se apenas aos produtos que combatem exclusivamente os parasitos internos – vermes gastrointestinais e pulmonares. Os produtos que  combatem os parasitas externos – carrapatos, moscas, larvas das miíases, dentre outros – por sua vez, são denominados ectoparasiticidas. Há, por fim, a categoria de produtos que age tanto em parasitas internos quanto em parasitas externos, os quais recebem o nome de ENDECTOCIDAS.

As substâncias citadas por Fernando são todas endectocidas, da família das LACTONAS MACROCÍCLICAS, sendo eficazes no controle tanto dos parasitas gastrointestinais e pulmonares quanto dos parasitas externos. Cada uma delas possui características próprias, devendo ser escolhida conforme o principal problema instalado na propriedade e com base no levantamento das demais variáveis citadas anteriormente (categoria animal, histórico de uso de produtos x resultados obtidos, nível de infestação/infecção, etc.). A consideração dessas variáveis no momento de escolha do produto é fundamental para o sucesso do tratamento e para a segurança de seu rebanho. A Abamectina, por exemplo, é um endectocida com amplo espectro de ação, mas é contra indicada para animais com menos de 4 meses ou para animais debilitados e magros, podendo ocasionar intoxicação e morte de animais. No controle de miíases (bicheiras), por sua vez, embora haja algumas opções dentre os endectocidas, o princípio de eleição é a Doramectina, uma vez que apresenta resultados muito superiores no combate a este tipo de parasita, sendo uma molécula extremamente segura e usada inclusive em bezerros recém-nascidos para a prevenção de miíases (bicheiras) no umbigo. Por outro lado, de nada adianta utilizar o mesmo princípio ativo (muitas vezes mudando apenas a marca do produto) em rebanhos em que tenha sido constatada a baixa eficácia em tratamentos passados (produto “não funcionou”). Esse é um problema muito comum quando falamos, por exemplo, das ivermectinas.  Ainda que seja uma boa molécula, o fato de ter sido largamente utilizada nas últimas décadas trouxe-nos o sério problema do surgimento de parasitas resistentes a este princípio.

Fases da Vida

A escolha do melhor vermífugo a ser utilizado depende muito da fase da vida do animal. A doramectina, aplicada numa concentração maior – 3,5% - é ideal para a fase da desmama. “Este é um momento crítico na vida do bezerro. O estresse gerado pela desmama associado a época do ano em que ocorre (usualmente no início da seca) comprometem a imunidade do animal, aumentando sua susceptibilidade aos parasitas. Além disso, o animal passa a ter contato mais intenso com o pasto para se alimentar (lembrando que o pasto é o local onde ocorre parte do ciclo de vida dos parasitas – fase de vida livre) aumentando a chance de infecção. Desta forma, a aplicação do vermífugo com princípio diferenciado e em maior concentração vai agir em duas frentes: a primeira aumentando a aniquilação parasitária (em função da maior potência do produto) e a segunda fazendo com que o efeito perdure, proporcionando maior proteção ao animal e maior segurança e produtividade ao produtor.

Outro exemplo crítico da aplicação efetiva dos vermífugos em determinada fase é o seu uso na terminação, quando o animal está a poucos meses do abate. Nesse caso, Domingues afirma que é muito comum a aplicação de outro endectocida: a Moxidectina. “Nessa fase de vida do animal, o produtor busca aumentar ao máximo a produtividade e o ganho de peso. Nessa hora os parasitas comprometem o desempenho do animal por competir pelo alimento, interferindo na conversão alimentar. A Moxidectina, por ser uma molécula exclusiva, potente e eficaz mesmo contra cepas resistentes às ivermectinas, possibilita o combate dos parasitas de forma eficiente, garantindo resultados superiores.

Para facilitar na identificação dos principais problemas do animal em cada fase da vida, e a sua solução, a Pfizer disponibilizou o quadro informativo SOLUÇÕES PFIZER com informações de cada uma delas. Para acessar, basta clicar na imagem abaixo.
 

 
 
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Fonte: Andriolli Costa / Rural Centro



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