Pneus agrícolas: demanda aumenta e empresas investem em produção
Crescimento da agricultura impulsiona negócios da Pirelli e Bridgestone
A expansão da agricultura brasileira incentiva investimentos das duas fabricantes de pneus agrícolas no país. Pirelli e Bridgestone – que detém a marca Firestone, com a qual atua no mercado agrícola – estão ampliando a capacidade produtiva em suas fábricas. “Pneus agrícolas tem papel relevante no nosso posicionamento estratégico em função do potencial agrícola do país, embora não tenham participação significativa no mercado em volume de unidades produzidas, quando comparada com segmentos de passeio e carga, devido à diferença na quantidade de veículos em circulação em cada categoria”, diz Ricardo Drygalla, gerente de Marketing da Bridgestone Bandag no Brasil.
Em função do crescente aumento da demanda nos últimos anos, a Firestone, que detém 25% do mercado nacional de pneus agrícolas, eleva seus volumes de produção na fábrica de Santo André (SP) e registra vendas acima da média do mercado, segundo Drygalla, sem revelar números. “Ainda assim, a importação se faz necessária em alguns casos específicos, para atender à demanda por determinadas medidas indisponíveis no Brasil”, explica o executivo.
Já a Pirelli, com 39% de participação no mercado de equipamento original em veículos agrícolas, investe US$ 500 milhões para ampliar a capacidade produtiva das cinco fábricas no Brasil – Gravataí/RS (pneus dianteiros) e Santo André (pneus traseiros) – que produzem pneus agrícolas – Campinas, Sumaré (SP) e Feira de Santana (BA). “A empresa acompanhou a expansão do setor agrícola e tem lançado novidades, como o pneu radial agrícola PHP, desenvolvido para auxiliar grandes produtores a extrair o máximo de performance de máquinas de alta potência, melhorar a produtividade e aumentar os ganhos”, explica Flávio Bettiol Junior, diretor de Marketing para produtos Caminhão e Agro da Pirelli na América Latina.
Algumas características são essenciais no pneu agrícola, como a tração, que é a chave para proporcionar eficiência, a capacidade de carga, resistência e durabilidade, devido à constante aplicação em serviços rigorosos e áreas que necessitam tração extrema, acumulando maior quantidade de horas trabalhadas, esclarece Drygalla, da Bridgestone, que disponibiliza produtos para tratores, colheitadeiras, pulverizadores, pivôs de irrigação, implementos e retro escavadeiras.
Pneus agrícolas duram de 4 a 7 anos, dependendo do grau de severidade da operação em que estão submetidos. Considerando essa média de vida e o nível de comercialização dos equipamentos ocorrida nos últimos anos no Brasil, os fabricantes apostam em uma intensa reposição dos pneus de tratores nos próximos anos. Para garantir o máximo de quilometragem, as empresas recomendam não utilizar os pneus agrícolas em asfalto – caso haja necessidade de locomoção da máquina neste tipo de solo, usar caminhão prancha; e montá-los em aros (rodas) bem conservados e com dimensões adequadas ao seu tamanho.
Dicas de conservação
- Observe a lastração do pneu. Pneus para uso agrícola devem ser lastrados (com peso adicional para maior tração) de acordo com o fabricante ou implemento utilizado. Busque assistência e orientação em uma loja da marca de pneu utilizada.
- Faça manutenção preventiva: os transportadores precisam evitar a sobrecarga, respeitando sempre o limite de peso regulamentar, bem como retirar os pneus de uso para reforma ou descarte ecologicamente adequado;
- Alinhamento: a falta de alinhamento reduz a quilometragem em até 25%. É um dos problemas mais frequentes, provocados em geral pela falta de paralelismo entre as rodas;
- Balanceamento: qualquer que seja a forma de desbalanceamento, se não corrigida em tempo, os pneus sofrerão desgastes irregulares nas bandas de rodagem, prejudicando a sua vida útil;
- Evite o contato do pneu com derivados de petróleo, especialmente quando parado. Os derivados podem contaminar o pneu, causando o envelhecimento precoce da borracha.
Fontes: Pirelli e Bridgestone