30 Jun 2010

O Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper) está resgatando uma técnica simples que pode evitar a erosão e o assoreamento de rios em áreas rurais. A técnica é conhecida como "caixa seca" e consiste na instalação de um reservatório na margem de estradas rurais para captação das águas de chuva. 

"Esse reservatório funciona de forma semelhante a uma pequena barragem: capta a água da chuva e favorece sua lenta infiltração no solo", diz o agrônomo do Incaper, Aliamar Comério. "A técnica evita enxurradas, erosão, assoreamento e degradação de estradas pela chuva e aumenta o armazenamento de água, o abastecimento do lençol freático, favorece as nascentes e a vazão dos rios."

Segundo o agrônomo, a técnica controla o nível dos mananciais por favorecer a infiltração gradativa da água no solo. "Os reservatórios impedem que a água escorra morro abaixo e arraste partículas sólidas em direção aos rios." Embora a técnica seja relativamente simples ? os "buracos" e a manutenção anual são feitos com uma retroescavadeira ?, a dimensão das caixas deve ser calculada por um engenheiro, com base em critérios como declividade e largura da estrada, textura do solo e quantidade de chuva que se quer captar. "Não há um modelo; cada caso é um projeto diferente. Só não recomendo que o produtor tente fazer os reservatórios por conta própria."

O agrônomo diz que o custo depende da capacidade de captação e da largura da estrada. "Em média, construímos 60 caixas por quilômetro de estrada e gastamos entre R$ 1 mil e R$ 3 mil por quilômetro."

Resultados. Comério monitora, há dois anos, os efeitos de 530 caixas secas no município de São Roque do Canaã (ES), em 10 quilômetros de estrada rural. Os resultados são animadores, diz o agrônomo.

"Após dois anos, constatamos aumento de 51% na vazão de uma das nascentes do Rio Santa Júlia. Além disso, confirmou-se a infiltração de 100 milhões de litros de água no lençol freático e a retenção de 5.600 metros quadrados de sedimentos sólidos, que teriam parado nos rios, com outras partículas arrastadas pela água."

Fonte: Estadão



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