História da Raça: Fox Paulistinha

05 Oct 2012

Assim como o samba, a História da Raça dessa semana é bem brasileira, com direito a todas as características que nos remetem à terrinha tupiniquim, como a energia, por exemplo. À primeira vista pode até parecer um cão comum, mas é só olhar mais de perto e você vai se dar conta de que o Fox Paulistinha é cheio de peculiaridades que o tornam uma das raças mais queridas, inclusive, pelos produtores rurais.

Origem da raça

Conhecido como Terrier Brasileiro, a raça chegou ao Brasil no final do século 19 e início do século 20. De acordo com pesquisas, naquela época era muito comum que jovens brasileiros estudassem em universidades da Europa. Quando retornavam ao Brasil, já casados, as esposas dos jovens tinham o hábito de trazer com elas cães de pequeno porte, do tipo Terrier.

Também era comum à época que os rapazes retornassem para as fazendas onde foram criados. Assim, o Terrier adaptou-se à vida no campo e deu continuidade à espécie misturando a raça originária na Europa com raças locais. Dessa maneira, uma nova espécie se formou, e a aparência da nova raça já estaria fixada após algumas gerações. Com o desenvolvimento e a chegada da urbanização os fazendeiros foram atraídos aos grandes centros e assim a recém formada raça Fox Paulistinha popularizou-se e se tornou o que é hoje. 

Tipicamente brasileiro como o samba

Outras teorias dão conta de que o Terrier chegou ao Brasil por meio de navio, através de navegações para a América e ao desembarcar, acabou misturando-se com cães nativos dando origem à raça. Apesar das várias versões, não se sabe qual a origem exata do Fox Paulistinha, mas é fato que a raça deriva-se dos terries europeus. Além disso, pesquisas apontam que o cão originou-se da mistura do Jack Russel Terrier (o cão propaganda de uma famosa cerveja) com o Fox Terrier de pelo liso. Para ilustrar o princípio da espécie há ainda histórias afirmando que os primeiros exemplares da raça chegaram ao Brasil juntamente com a corte portuguesa.

De origem europeia; trazido por navios; criado após o cruzamento entre o terrier europeu com cães de fazendas brasileiras ou ainda a mistura entre duas raças famosas e resultando em uma 100% brasileira. Tantas versões sobre a origem da raça renderiam até um samba para celebrar a criação do Fox Paulistinha, essa raça vívida e esperta, apta a correr pelos campos para ajudar a manter a ordem do rebanho – uma bela desculpa, aliás, para gastar tanta energia atribuída à espécie.

Comportamento

De temperamento enérgico, o Paulistinha é um cão que precisa de doses diárias de exercícios físicos para extravasar. A raça é conhecida também pela atenção que dedica ao dono. Além da notável inteligência e facilidade de aprendizagem, ele se destaca por ser um cão de pastoreio, grande aliado dos produtores na hora da lida com o rebanho.

Origem do nome

O nome surgiu devido às cores de sua pelagem: branco, preto e vermelho, associadas às cores da cidade de São Paulo, daí o nome Paulistinha. Já o nome Terrier Brasileiro deve-se à mistura do terrier europeu com espécies locais, que originou a raça.

Características

Uma das características mais prevalentes no Fox Paulistinha é a habilidade para caça - levando em conta que a espécie originalmente criou-se em fazendas após a chegada ao Brasil, torna-se compreensível tal desenvoltura.

De estrutura corporal pequena – eles atingem em média 33 a 40 centímetros – sendo que os machos são maiores que as fêmeas. A pelagem é lisa e curta, bem rente à pele e a coloração tricolor, variando entre branca com manchas pretas ou marrons e máscara e patas avermelhadas. O Fox Paulistinha pesa aproximadamente 10 Kg.

Raça resistente

Fala-se muito a respeito da fragilidade de raças pequenas, que são mais suscetíveis a doenças e exigem maiores cuidados. Todavia, isso não se aplica ao Terrier Brasileiro, que apesar do pequeno porte é uma raça muito forte, pois possui alta resistência física cuja saúde reflete-se em sua atividade física intensa. Se bem tratados podem alcançar de 18 a 20 anos de idade em perfeitas condições.

Paixão de criador

O engenheiro civil Silvio Eduardo Orro cria a raça há 53 anos. Exímio conhecedor de Fox Paulistinha, ele explica algumas das principais características da espécie. “A raça surgiu no final do século retrasado e se popularizou inicialmente no Brasil em São Paulo, Minas e Rio Grande do Sul. Em 1992, um criador – hoje falecido – conseguiu internacionalizar a raça e hoje Fox Paulistinha é uma raça internacional, reconhecida na FCI (Federação Cinológica Internacional), com sede na Bélgica, a partir de então o nome passou a ser Terrier Brasileiro”, explicou, fazendo alusão a mais uma versão da origem da raça. Embora haja várias versões para o surgimento da linhagem, todas são unânimes quando apontam que os ascendentes do Terrier Brasileiro surgiram na Europa, antes de chegarem ao país tropical.

Adepto de uma espécie de melhoramento genético canino, por assim dizer, Silvio afirma que seleciona grandes animais para desenvolver o canil – o Kennel MS Fly -que mantém em Campo Grande, Mato Grosso do Sul. “Hoje tenho aproximadamente 26 cachorros. Recentemente uma cadela deu cria a uma ninhada com seis filhotes, o que aumentou o número. Essa cadela que acabou de dar cria é neta de uma bicampeã mundial da raça e o pai dos filhotes é campeão sul-americano”, orgulha-se.

Para dar ênfase às características de coragem e valentia associadas ao Paulistinha, o criador não poupa elogios e relata com bom humor a história de um amigo já falecido, que era também criador da raça. “Eu sou apaixonado pela raça, acho um cachorro fantástico. Para você ter uma ideia, um amigo meu tinha uma fazenda no Pantanal, próximo ao Rio Paraguai e ele sempre escolhia o filhote mais robusto e alto da ninhada para levar à fazenda. Ele dizia que o Fox Paulistinha era capaz de deixar uma onça acuada ao enfrentá-la. Por vezes cachorros dele morreram enfrentando onça pintada no Pantanal”, destacou o criador, exaltando a típica coragem do “Terrier Tupiniquim”.

Para qualquer efeito o Fox Paulistinha prova que tamanho não é documento e que apesar do pequeno porte, audácia e ousadia fazem parte da natureza desses pequenos notáveis.

Fonte: Rebecca Arruda / Rural Centro



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