Pfizer lança Bopriva, vacina para castração imunológica de bovinos

10 May 2011

A Pfizer Saúde Animal e a Alvorada Produtos Agropecuários promoveram na noite desta segunda-feira (09) em Campo Grande-MS o lançamento oficial do Bopriva, uma vacina que faz a castração imunológica de bovinos. Cerca de 350 pessoas estiveram presentes na sede da Alvorada para ouvir as palestras dos médicos veterinários Francisco Carvalho (Universidade Federal de Uberlândia-MG) e Fernanda Hoe, gerente de produto da Pfizer.

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Os veterinários foram responsáveis pelos estudos de campo que possibilitaram a aprovação para o comércio do Bopriva no mercado. O produto foi liberado em dezembro de 2010 pelo Mapa (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento) e chega para, segundo o laboratório, revolucionar a pecuária nacional.

Pesquisa

No Brasil, o rebanho bovino tem cerca de 191 milhões de cabeças e a produção de carne no ano passado foi de 10,245 milhões de toneladas. Conforme a demanda por alimentos cresce, aumenta também a necessidade de produzir mais em menor espaço, como confinamentos e semi-confinamentos. Para melhorar o manejo de animais em espaços reduzidos, os pecuaristas fazem a castração dos bovinos, evitando problemas de comportamento agressivo (quebra de cerca, destruição do pasto), sodomia (quando um touro sobe no outro e pode lesionar a quartela ou levar a óbito por trauma) e mesmo para auferir maciez e melhorar o acabamento de carcaça, com a cobertura desejável de 3 milímetros de gordura sobre a carne.

 

Foto: Médico Veterinário Francisco Carvalho, da Universidade Federal de Uberlândia-MG.

Acontece que os métodos tradicionais de castração cirúrgica ou por emasculadores, conforme mostraram os números da pesquisa do veterinário Francisco Carvalho, trazem problemas diversos na produtividade dos animais. 27% dos 1400 animais avaliados pela pesquisa apresentaram redução de peso e 73% ganhou, em média, 96 gramas por dia. “Em uma pastagem normal, esses animais poderiam engordar até 600 gramas/dia”, lembrou Carvalho. Nos processos convencionais de castração, a míase (bicheira), hemorragia, infecção, abcessos e granulomas são os problemas mais comuns. No caso da hemorragia aguda, o animal pode até vir a óbito, como ocorreu em dois casos.

Imagem ilustrativa: método tradicional de castração. (www.doisirmaos.rs.gov.br)

Castração imunológica

Observando a lacuna de mercado, a Pfizer desenvolveu uma vacina que realiza a castração imunológica. Inserida por aplicação subcutânea, a proteína age na hipófise, reprimindo a produção e interação dos hormônios GnRH com LH e FSH e, assim, impedindo a ordem para que os testículos produzam testosterona ou que os ovários liberem o óvulo maduro nas fêmeas.

Os protocolos do uso da vacina podem variar de duas a três doses. A primeira não surte efeito no animal, que continua como boi inteiro. Depois da segunda aplicação, que pode ser feita em 28 dias (efeito dura três meses) ou três meses depois da primeira (efeito dura cinco meses), o bovino deixa de produzir os hormônios sexuais e fica imunologicamente castrado, fazendo, inclusive, com que o testículo atrofie para até cinco centímetros a menos que o normal nos machos.

 

Protocolo

Aplicação da 2ª dose

Efeito da imunocastração (duração)

Duas doses

28 dias depois

3 meses

Três doses

90 dias depois

5 meses 


Vantagens

Pelo comportamento mais dócil e acabamento de carcaça desejável, os bois castrados têm preferência dos frigoríficos na hora do abate. Bopriva, além dos benefícios da castração, oferece a vantagem de atender o bem-estar animal por ser um método indolor. 

Como explicou o veterinário Francisco Carvalho, a pecuária ainda tem espaço para produtores que descartam o uso de tecnologias. “A produção de frangos, que você abate com 40 dias, a suinocultura, que abate animais com 90 ou 120 dias, não tem espaço para descarte de tecnologia. A pecuária ainda tem uma margem maior de erro, mas ela vai diminuir cada vez mais”, explica Carvalho.

Já a veterinária Fernanda Hoe lembra que as pesquisas só foram bem sucedidas porque buscaram interferir o mínimo no manejo feito nas propriedades com o objetivo de adaptar o uso de Bopriva à realidade dos produtores. “A satisfação é a gente chegar aqui e apresentar os resultados que satisfazem os pecuaristas”, conclui Hoe.
 

Foto: Médica Veterinária Fernanda Hoe, gerente de produto da Pfizer Saúde Animal.


A viabilidade do uso da castração imunológica já foi testada pelo produto Vivax, utilizado em suínos e lançado no Brasil em 2007. A vacina Bopriva pode ser usada juntamente com a aplicação de outros produtos, como aftosa, clostridiose e dectocida, e não tem efeitos colaterais. O custo da dose dupla na Alvorada Produtos Agropecuários é de R$17,50 e, caso haja necessidade de uma terceira aplicação, o preço é de R$8,50. Os valores contabilizam já a aplicação da vacina por equipe da Pfizer ou da revendedora, que realiza o treinamento dos peões das fazendas para uso futuro de Bopriva.

Após as palestras e perguntas dos produtores rurais, a confraternização foi feita através de um churrasco. No evento, estava presente também o proprietário da Alvorada Produtos Agropecuários, Feres Souhbia.  De acordo com ele, o produtor rural está mais preocupado com gestão de compras e elogiou a iniciativa das duas empresas. Hoje, a Alvorada tem revendas em seis estados - MS, MT, GO, TO, PA e irá inaugurar em breve uma loja em RO.

Foto: Churrasco de confraternização após as palestras sobre o uso de Bopriva.

Fonte: José Luiz Alves Neto / Rede Rural Centro



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