Balanço do Mercado da Pecuária de Corte: Despencam exportações de carne bovina para o Irã
Ao que tudo indica a amizade iniciada no Governo Lula com o Irã não tem sido mantida na gestão de Dilma. Prova disso é que desde dezembro, os iranianos têm colocado o pé no freio nas negociações com o Brasil. No caso da carne bovina in natura, a situação é complicada.
Um estudo detalhado sobre os embarques de carne bovina para o Irã, o ranking dos principais países compradores e principais estados exportadores e a sequência do estudo sobre o preço físico nas principais praças produtoras do país, comparado com anos anteriores, são destaques do balanço do mercado de pecuária de corte desta segunda-feira.
O balanço elaborado pela Rural Centro é apresentado semanalmente e traz as principais informações do setor. A ideia é que o produtor encontre em apenas uma página tudo o que é importante para o desenvolvimento do seu negócio e as principais notícias dos últimos dias.
ESTUDO RURAL CENTRO – PREÇO FÍSICO
Repetindo o mesmo cenário das outras praças estudadas pela equipe de jornalismo da Rural Centro, Cáceres/MT também não pode comemorar os resultados do preço do boi gordo em janeiro de 2012.
A Rural Centro está avaliando o comportamento das principais praças produtoras do Brasil toda a semana referente aos números de janeir, principalmente dos Estados do MS, MT e SP.
Cáceres foi escolhido por ser atualmente o quarto município com o maior efetivo de bovinos em todo o país, segundo os dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas), com total de 883,3 mil cabeças em 2010 (últimos dados).
No mês citado, a cotação a prazo da arroba do boi gordo caiu 2,2%, passando de R$ 91 para R$ 89, com retrocesso de dois reais.
A linha do gráfico abaixo mostra que logo no início do ano, a arroba do boi gordo até conseguiu registrar 92 reais, mas o nível não conseguiu ser mantido por mais de dois dias.
Em janeiro de 2012, a cotação média do boi gordo ficou em R$ 90,2, valor que supera em 30% a média de janeiro de 2010, de R$ 69,2/@ e 24% acima da média vista há três anos, quando era de R$ 72,6.
Em contrapartida, a média atual anota redução de 4% em relação ao mesmo intervalo de 2011, quando valia R$ 94,2/@.
Vimos na semana passada que em janeiro deste ano, as exportações de carne bovina, do tipo in natura, somaram 62,4 mil toneladas líquidas, resultado que é o terceiro menor desde janeiro de 2004.
Apesar desta diminuição no volume de vendas de janeiro, a receita atingiu a segunda maior marca de todos os tempos. Cada tonelada de carne bovina in natura foi vendida em janeiro de 2012 a US$ 4.824, também o segundo maior da história.
Segundo a apuração feita pela Rural Centro, a Rússia mantém o status de maior comprador de carne bovina in natura do Brasil, com total de 16,2 mil toneladas líquidas no mês de janeiro deste ano, 20,2% acima das vendas registradas em jan/11, 13,5 mil toneladas.
Resultado próximo ao que o país conseguia vender aos russos antes do famoso embargo: 18 mil/t em jan/10 e 16 mil/t em jan/09.
Em segundo lugar, os egípcios compraram em jan/12 cerca de 11 mil toneladas de carne bovina, volume que é muito superior ao de jan/11, de 2,9 mil toneladas, mas mantendo a tendência dos últimos meses, uma vez que desde maio de 2011, as negociações entre ambos países intensificaram, passando de 2 mil toneladas em abr/11, para 8,8 mil/t em mai/11, terminando o ano em 11,8 mil toneladas.
Os venezuelanos, com negociações de 9,2 mil toneladas, ficaram em terceiro lugar neste ranking comparativo, o triplo do verificado em jan/11, de 2,6 mil toneladas.
Mas também mantendo a trajetória de aquecimento nas negociações de carne bovina desde setembro de 2011, quando triplicaram as compras, passando de 3,3 mil toneladas para 7,7 mil toneladas, fechando o ano em 12,3 mil toneladas.
Os chineses, através das compras realizadas a partir de Hong Kong, sua unidade administrativa, importaram do Brasil 8,2 mil toneladas. O Chile comprou 2,4 mil toneladas de carne bovina.
Destaque para o Irã, país que em 2010 pulou para segunda posição no ranking de principais destinos da carne bovina in natura, hoje amarga o sexto lugar, com embarques de um pouco mais de duas mil toneladas.
Entre novembro e dezembro de 2011, a comercialização entre ambos países recuou de 10,9 mil toneladas para apenas 3,2 mil toneladas.
Mas o que teria acontecido? A mídia vem divulgando que o fato se deve a uma possível modificação do acordo bilateral entre ambos países em retaliação à atual política da presidente Dilma Russef, que não apoia o programa nuclear do país.
De qualquer forma, até quando os iranianos vão conseguir manter este bloqueio?
A Rural Centro acompanhará o desenrolar deste problema nos próximos meses e buscará também junto a especialistas do setor e órgãos oficiais o motivo real da queda das vendas ao Irã, não só de carne bovina mas também de outras commodities. Acompanhe!
São Paulo continua liderando o ranking de principal exportador de carne bovina do Brasil (como já é sabido no setor, exportador da carne produzida em outros estados, como Mato Grosso do Sul).
No mês analisado, as vendas desta praça acumularam 19,5 mil toneladas, o segundo menor desde 2002, para este período citado, apenas maior que as 16 mil toneladas vendidas em jan/11.
Em segundo lugar, GO exportou 10,5 mil toneladas e passando do segundo para o terceiro lugar entre 2011 e 2011 ficou o MT, com total de 9,5 mil toneladas.
MS em quarto lugar alavancou as negociações em 57,6%, com total de 9,2 mil toneladas em jan/12.
Na próxima semana, a Rural Centro apresentará dois focos de estudo de exportações, o ranking por estado e por região e também os fundamentos que regem a queda nas vendas externas de Mato Grosso e a forte alta nos números do Mato Grosso do Sul.
A análise dos dados é histórica e será baseada na opinião de especialistas, não perca!
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